O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira (29) com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e com o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), para a assinatura de contratos de financiamento para obras de mobilidade urbana e infraestrutura. Os recursos, estimados em cerca de R$ 10,65 bilhões, virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Além das obras e do financiamento, o suposto golpe de Estado investigado pela Polícia Federal (PF) foi evidenciado no evento pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Este foi o primeiro encontro de Lula com Tarcísio depois do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais 36 pessoas.
Presidente do BNDES destacou “grande esforço” para assinatura dos contratos
Lula não discursou no evento. Já Mercadante destacou o que chamou de “grande esforço” para a assinatura dos contratos. Na conta do presidente do BNDES, o valor é quase metade do que foi financiado no estado nos últimos 10 anos.
“Não é fácil um presidente e um vice-presidente, que foram ameaçados de morte, de um golpe de Estado e tudo que nós assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso e respeito ao voto popular, com quem é eleito, um PAC que trata com todos os prefeitos e governadores do Brasil é assim que a gente vai melhorar esse país”, acrescentou.
Rui Costa, por sua vez, fez um discurso parecido e elogiou Lula, dizendo que o presidente trabalha enquanto outras pessoas “torcem contra o Brasil”. Dirigindo-se ao presidente da República, rasgou elogios: “O senhor mostra, mais do que nunca, a figura de um estadista, que não se abalou um milímetro mesmo com todas as informações e notícias que vieram à tona daqueles que tramaram um golpe de Estado”, afirmou.
Nunes e Tarcísio comentam impacto dos investimentos
No evento foram assinados contratos para a expansão da linha 2 do metrô na cidade de São Paulo; a compra de ônibus elétricos; a execução de obras no trecho norte do Rodoanel e a implantação do novo trem intercidades para conectar a capital a Campinas. As ações fazem parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Nunes e Tarcísio falaram sobre os impactos dos financiamentos. Para o prefeito de São Paulo, o destaque é o conforto para os usuários e o impacto ambiental que serão fornecidos pelos ônibus elétricos. Tarcísio agradeceu o apoio nas obras em rodovias, metrô e trens, e avaliou que a medida pode revigorar a indústria no país. Para o governador paulista, uma parceria com o BNDES deve gerar novos acordos para ampliações na rede de metrô e para o túnel entre Santos e Guarujá.
“Uma nova era está se abrindo no transporte ferroviário, no transporte metroferroviário, com a expansão do metrô, com expansão dos trens, ou seja, está se criando uma demanda para que as pessoas possam ter aqui a indústria de material rodando sendo revigorada”, disse Tarcísio.
O que será atendido pelos contratos firmados com o BNDES
O contrato do BNDES com a prefeitura de São Paulo contempla financiamentos para a compra de 1,3 mil ônibus elétricos fabricados no Brasil. Com o estado, o banco firmou contratos para financiar a extensão de 8,2 km na linha 2 verde do metrô da capital. Serão construídas 8 novas estações, com um aumento de 44 novos trens na frota. Os veículos devem ser fabricados no Brasil, e a ampliação deve seguir até o final de 2028.
Ainda não há contrato do banco com o estado do trem intercidades, entre São Paulo e Campinas. O serviço expresso entre as duas cidades contará com 101 km de extensão, com conexões com os trens intermetropolitanos e a linha 7 do metrô. Quando o serviço estiver operacional, previsto para meados do ano de 2031, o deslocamento entre as cidades deverá ser feito em cerca de uma hora.
Por fim, o trecho norte do Rodoanel, estrutura que interliga 12 rodovias na Região Metropolitana de São Paulo, receberá o tráfego de 30 mil caminhões e 54 mil automóveis que hoje transitam todos os dias pela Marginal Tietê.
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