O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta sexta (6), que o mundo vive uma realidade de “fortes ataques à democracia”, e que a união dos países que formam o Mercosul deve ser baseada na “liberdade ”para uma “democracia sadia”.
“Num contexto de fortes ataques à democracia em diversas partes do mundo, o Uruguai demonstra que a política pode ser feita sem ódio e violência”, disse Lula ao exaltar o país vizinho pela eleição recente de Yamandu Orsi à presidência.
Ainda durante o discurso – lido, sem improvisos –, Lula elogiou a assinatura do acordo que ele tentou destravar enquanto ocupava a presidência temporária no ano passado, mas que não avançou por conta da resistência principalmente da França. No entanto, articulou com o homólogo uruguaio Luis Lacalle Pou as negociações que o concretizaram.
O presidente também ressaltou que a atuação do bloco precisa levar em conta a “participação social” como pregada durante a assinatura de formação, em 1991. Ele defendeu o fortalecimento do Instituto Social e do Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos durante a presidência temporária. do Mercosul por Javier Milei, que criticou duramente o bloco um pouco antes – chegou a ameaçar deixar o grupo durante as eleições argentinas.
“Este é o modelo de integração que defendemos: orientado para a redução das desigualdades, dentro dos países e entre eles. Indutor do crescimento sustentável, ao mesmo tempo em que é defensor dos direitos humanos e do Estado Democrático de Direito”, pontuou Lula.
Pouco depois, emendou afirmando que o Tratado de Assunção, que deu origem ao Mercosul, “continua sendo instrumental para superar um passado de autoritarismo em nossa região”.
“A liberdade, em todas as suas manifestações, é componente essencial de uma democracia sadia. Mas ela deve vir associada à proteção dos direitos e às liberdades de outros, e à própria ordem política. A democracia em sua plenitude é base para promover sociedades importadoras, livres do medo e da violência”, completou Lula.
O acordo entre o Mercosul e a União Europeia foi assinado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, acompanhado dos líderes dos que integram o bloco sul-americano – Lula, Milei, Santiago Peña (Paraguai) e Luis Lacalle Pou (Uruguai), hospedagem do encontro.
O tratado cria a maior zona de livre comércio no mundo, com cerca de 700 milhões de consumidores e um PIB conjunto de US$ 21,3 trilhões. O acordo, porém, não entra em vigor imediatamente e ainda precisa passar pelo Conselho e Parlamento Europeu.
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