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Lula ataca Bolsonaro e diz que não quis mostrar “podridão” durante a transição

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta sexta (21), que evitou radicalizar o processo de transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para não mostrar um “podridão” do que diz ter encontrado após vencer a eleição presidencial de 2022.

A declaração de Lula foi dada ao ser questionada sobre o atual momento político do país, em que enfrentou uma dificuldade de articulação com o Congresso Nacional e de avanço na avaliação popular. Para ele, ainda há um radicalismo desde a eleição em que Bolsonaro “tinha um projeto de poder autoritário”.

Isso, diz Lula, ficou comprovado com a nomeação de militares “da turma dele” para cargas estratégicas.

“Aí eu ganhei a eleição e não fizemos nenhum discurso radical durante uma transição. Eu poderia ter marcado todo o podridão do governo Bolsonaro e não quis mostrar, porque fui eleito para governar o país. O passado nós derrotamos, vamos tratar do futuro”, disse em entrevista à rádio meiodo Piauí.

Apesar de dizer que derrotou o passado, Lula rotineiramente ataca e compara as ações que fizeram no governo com o de Bolsonaro – tanto que já foi solicitado por assessores a não mencionar o nome do ex-presidente, mas ainda o faz vez ou outra.

Lula disse, ainda, que escalou na época o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para realizar a transição para “ninguém dizer que eu estava radicalizando contra o meu adversário”. Ele voltou a dizer que encontrou um governo com políticas públicas “desmontadas”, sem investimentos principalmente em universidades públicas, creches, conjuntos habitacionais (como o que inaugurou no Ceará na quinta, 20), entre outros.

O radicalismo começou com Aécio, diz

Ainda segundo Lula, o cenário de radicalismo começou ainda em 2014 na disputa entre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), em que o mineiro teria sido “agressivo” com ela.

“A disputa se transformou numa eleição muito polarizada porque o Aécio foi muito ofensivo e duro com a presidente Dilma. Eu nunca tinha visto num debate um homem ser tão agressivo com uma mulher como o Aécio foi com a Dilma”, disse Lula ressaltando que o tucano depois questionou a eleição e a posse da petista.

Para ele, de lá para cá, criou-se um clima de disputa que ele diz nunca ter visto antes quando disputou as eleições com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com Ulysses Guimarães (antigo PMDB) e com Fernando Collor de Mello (PRD).

Lula está em Teresina nesta sexta-feira (21) para participar do encerramento da Caravana Federativa e anunciar a cessão de terras da União para o estado. À tarde, ele viaja para o Maranhão anuncia investimentos do governo federal.

O Maranhão é base eleitoral do ministro Juscelino Filho (União-MA), das Comunicações, envolvido em denúncias de uso irregular de emendas parlamentares quando ocupava o cargo de deputado federal. Uma investigação da Polícia Federal aponta que ele inveja em cerca de R$ 10 milhões em recursos para beneficiar a própria fazenda, com a recuperação e a pavimentação de estradas na cidade de Vitorino Freire, em que a irmã, Luanna Rezende (União-MA), é prefeito.

Juscelino Filho foi indiciado pela Polícia Federal na semana passada, mas Lula preferiu não comentar o indiciamento e afirmou, em viagem à Europa no último final de semana, que conversaria com ele para tomar conhecimento da denúncia. O ministro negou participação e disse que foi uma “ação política e previsível” que se concentrou em “criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos”.

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