A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerrou nesta terça-feira (17) o julgamento de três processos contra o ex-ministro José Dirceu relacionados à Operação Lava Jato. Em dois deles a Corte registrou a prescrição das ações, e na terceira sequência a anulação de decisões do ex-juiz Sergio Moro, atual senador pelo União-PR.
Nos dois processos encerrados por prescrição, ou seja, pelo fim do prazo legal para a aplicação de punições, Dirceu foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. A Justiça Eleitoral agora analisará a situação dos demais envolvidos.
No terceiro processo, no qual Dirceu já foi absolvido em primeira instância, os atos de Moro foram anulados após ser considerado suspeito em julgamentos anteriores do STF, o que influenciou a decisão.
A ministra Daniela Teixeira, relatora dos casos na Quinta Turma do STJ, afirmou que as decisões foram baseadas em entendimentos recentes do STF, especialmente as estabelecidas por Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
“É de conhecimento notório que, atualmente, o Supremo Tribunal Federal já se posicionou, de maneira clara, a respeito de número relevante de teses que afetam diretamente o julgamento dos processos desta operação”, afirmou a magistrada.
Ela ressaltou que a análise priorizou os casos envolvendo envio à Justiça Eleitoral e suspeitas sobre autoridades que conduziram os processos – ou seja, a Sergio Moro.
A Quinta Turma do STJ, composta pelos ministros Daniela Teixeira, Reynaldo Soares da Fonseca, Ribeiro Dantas, Joel Ilan Paciornik e Messod Azulay Neto, é responsável por julgar casos da área criminal.
Cabral segue sem tornozeleira
Por outro lado, um pedido da defesa do ex-ministro Antonio Palocci para desbloquear R$ 35 milhões em bens foi negado.
A sessão desta terça (17) inicialmente previu o julgamento de 16 processos relacionados à Lava Jato, mas outro foi adicionado e totalizou 17. Em alguns casos, houve pedidos de vista, adiando a conclusão.
José Dirceu foi condenado por Sergio Moro em 2016 e 2017 a 34 anos de prisão, mas teve as penas anuladas por Gilmar Mendes. A decisão também devolveu os direitos políticos ao ex-ministro, já que deixou de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.