A Justiça do Estado do Rio de Janeiro iniciou nesta quarta (30) o julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, réus confessos pela execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018. Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão não são julgados nesta fase do processo.
Lessa e Queiroz são julgados no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro e a expectativa é de que o veredicto saia em até dois ou três dias. Eles estão presos desde 2019 e participam do júri popular de forma remota por videoconferência.
“São quase sete anos de muita dor, de vazio, de uma mulher que lutou exatamente contra isso e que foi assassinada da maneira que foi”, disse a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), irmã de Marielle, em uma manifestação pouco antes do início do julgamento no Rio.
De acordo com a Justiça, Lessa e Queiroz responderam por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima. Também serão julgados pela tentativa de homicídio contra a então assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que sobreviveu à execução.
Lessa está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e Queiroz no Complexo da Papuda, em Brasília. Além deles por videoconferência, apenas as partes envolvidas e os participantes do júri foram autorizados a acompanhar presencialmente o julgamento – que será presidido por juíza Lucia Glioche.
Pouco antes do início da sessão, familiares, amigos e apoiadores de Marielle fizeram um ato em frente ao tribunal com cartazes e girassóis nas mãos exigindo a obrigação dos executores. Participaram também representantes de movimentos sociais das comunidades cariocas e movimentos de mães que perderam filhos vítimas de violência na cidade.
O julgamento desta quarta (30) foi feito à tomada de depoimentos dos irmãos Brazão ao Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada. Chiquinho elogiou Marielle e afirmou que ela tinha um “futuro brilhante”, além de uma boa relação com ele.
Já Domingos negou conhecer Ronnie Lessa. O ex-chefe da Polícia Civil e delegado que contribuiu com as primeiras investigações, Rivaldo Barbosa, também elogiou a atuação de Marielle enquanto ocupava o cargo de vereadora e disse que tinha uma boa relação.
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