Imóvel era oferecido por jogador do Flamengo, que pagava prestações em dinheiro vivo. O MP pediu que Erick Pulgar fosse testemunha em ação. O imóvel foi sequestrado em 2023 após decisão judicial. Mansão do bicheiro Bernardo Bello na Barra da Tijuca Reprodução A Justiça do Rio aceitou a denúncia do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público contra Tamara Harrouche Garcia, filha do bicheiro Maninho, por lavagem de dinheiro e ocultação de bens referentes à 'Casa de Vidro' na Barra da Tijuca. O imóvel pertenceu a Tamara e ao contraventor Bernardo Bello, seu ex-marido, e foi proprietário pelo volante Erick Pulgar, do Flamengo. Ele não foi investigado pelo crime, mas o MP pediu que o jogador fosse chamado para ser testemunha no caso. A 1ª Vara Criminal Especializada em Crime Organizado determinou que Tamara deve comparecer em decisão de 15 em 15 dias e está proibida de deixar o Estado do Rio por mais de 15 dias sem autorização judicial. Ela também não pode manter contato com testemunhas do processo. 'Casa de Vidro' de Bernardo Bello Reprodução Segundo a investigação, o aluguel de R$ 70 mil mensais era pago em espécie, apesar do contrato de contratação prever o pagamento através de transferências bancárias. “Os aluguéis mensais deverão ser pagos antecipadamente no modelo de pagamento para morar impreterivelmente até o dia 5 (cinco) de cada mês, por meio de transferência bancária para a conta bancária indicada pela Locadora”, cita um trecho do contrato. O crime, segundo o MPRJ, aconteceu entre setembro de 2023, quando foi assinado o contrato com Pulgar, e março de 2024. A denúncia diz que Tamara “dissimulou ou fez dissimular a entrega de valores” provenientes do crime. Documento assinado por Tamara Garcia e Erik Pulgar para aluguel da “Casa de Vidro” Reprodução/TV Globo O imóvel estava sequestrado por determinação da Justiça desde março de 2023, quando foi realizada a terceira fase da operação Ás de Ouro para tentar prender Bernardo Bello. Ele segue foragido até os dados da publicação desta reportagem. A Polícia Civil e o MPRJ tentaram prender Bernardo Bello O pagamento em dinheiro vivo foi admitido por Tamara e por duas corretoras de imóveis que ficaram responsáveis pela negociação. Em depoimento, Tamara afirmou que necessariamente o dinheiro seria pago em espécie porque suas contas bancárias estavam bloqueadas. Os pagamentos foram feitos em locais públicos, de forma a evitar suspeitas e que as câmeras pudessem causar qualquer movimento ao registrador. Procurado, Pulgar ainda não se manifestou até a publicação desta reportagem. O g1 e a TV Globo não conseguiram contato com a defesa de Tamara Garcia.
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