Um grupo de troca de mensagens do Centro de Inteligência da Polícia Militar do Distrito Federal teria enviado mais de 800 informações sobre os acampamentos em frente aos quartéis generais do Exército.
A informação foi dada pelo coronel da PMDF Reginaldo de Souza Leitão, na época também chefe do Centro de Inteligência da corporação.
Segundo Leitão, os agentes mantinham ativo um grupo chamado “Prioridade 01”, em que centralizavam os principais avisos a serem levados ao alto comando da polícia e aos órgãos decisores. “Não houve apagão de inteligência. O trabalho da PM foi feito”, declarou.
Apesar disso, o coronel disse que há uma fragilidade na forma como os avisos são enviados. “Utilizamos a chamada ‘inteligência corrente’ em que juntamos a maior parte das informações o mais rápido possível para passar aos decisores, pois não há tempo para se montar um relatório com toda a metodologia. Infelizmente, o Centro de Inteligência Corrente utiliza WhatsApp. Mas deveria ter uma rede segura de informação”, disse.
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Leitão afirmou, ainda, que entre os dias 6 e 8 houve um movimento abrupto de mudança nos acampamentos que “exigiam decisões rápidas”. “O que vimos no dia 8 não reflete o que víamos antes”, afirmou. De acordo com o depoente a partir de 1° de janeiro, após a posse do presidente da República, Luiz Inacio Lula da Silva, houve um esvaziamento dos acampamentos. “Chegamos a ter 150 pessoas em um acampamento que antes chegava a duas mil pessoas”, detalhou.
Leitão disse ainda que havia suspeita de 10 mil ônibus chegarem na capital depois do dia 7. A PM chegou a acionar a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) que monitoraram a chegada da* “caravanas” “No fim, veio apenas 132 veículos entre sábado e domingo. Mas a situação mudava de hora em hora”, afirmou.
Leitão é o último depoente a ser ouvido pela CPI. A expectativa é que o relatório final seja apresentado dia 29 de novembro e votado no mesmo dia pelos membros da comissão.
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