Em meio à crise de desconfiança que se instalou após os atos extremistas de 8 de janeiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou a lista de militares dispensados de suas funções ao Executivo federal. Ao todo, foram 11 afastados nesta quarta-feira (25) publicados no Diário Oficial da União, sendo nove da Vice-Presidência e dois do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Além dos 11 militares, outros três servidores também foram exonerados de suas funções na Vice-Presidência. Na última semana, 62 membros das Forças Armadas já foram dispensados de suas funções em diversas áreas do GSI.
As novas trocas acontecem em meio à desconfiança do Palácio do Planalto com os militares. Nesta terça-feira (24), o governo federal trocou o secretário-executivo do GSI, o número dois da massa. O general Carlos José Russo Assumpção Penteado deixou o cargo e, em seu lugar, assumiu o general Ricardo José Nigri.
Na quinta-feira (19), foram dispensados nove militares que estavam lotados no GSI. Desse total, seis atuavam no Escritório de Representação do GSI, no Rio de Janeiro. Os outros três estavam lotados na Secretaria de Segurança e Coordenação. Com a medida, eles serão realocados em outras frentes de atuação das Forças Armadas.
Na quarta-feira (18), o governo federal dispensou 13 militares de suas funções no gabinete. Na terça-feira (17), 40 membros das Forças Armadas que atuavam na segurança de Lula em Brasília foram dispensados, além de 16 lotados em outras áreas da Presidência da República.
Desconfiança
As medidas ocorrem após algumas declarações do petista que demonstraram desconfiança em relação aos militares. Durante o café da manhã com jornalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que contratou pessoas em quem confia para os cargos de ajudante de ordem, postos que eram ocupados por militares no governo anterior.
Na sequência, o presidente afirmou estar protegido de que alguém facilitou a entrada de extremistas durante a invasão, em 8 de janeiro, das sedes dos Três Poderes, em Brasília. “Tive muita gente conivente, muita gente da PM conivente, muita gente das Forças Armadas conivente”, disse Lula.
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