Marinete Silva foi a segunda a prestar depoimento no Tribunal de Justiça do Rio no júri dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. “Eu não senti coisa boa no meu coração em relação ao mandato partidário” diz Marinete Silva, mãe de Marielle A mãe de Marielle Franco, Marinete Silva, foi a segunda testemunha de acusação arrolada pelo Ministério Público do RJ a prestar depoimento no júri dos ex Os policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, nesta quarta-feira (30), lembraram que no início foi contra a candidatura da filha a vereadora. “Eu não senti coisa boa no meu coração em relação ao mandato partidário”, disse a mãe da parlamentar. Logo no início do depoimento, dona Marinete disse que os réus poderiam assistir ao seu depoimento. Apesar da angústia, Marinete disse que conseguiu a escolha da filha. “Era um momento importante sim. Marielle veio de um lugar e tinha o entendimento de direitos humanos. Então, ela faz isso com bastante propriedade quando ela chega naquele lugar”. Assista ao julgamento Tire dúvidas sobre o processo Veja os destaques do júri Marinete Silva, mãe de Marielle Reprodução Resumo do que disse Marienete: Infância de Marielle: foi uma criança muito desejada e amada, teve uma infância saudável e feliz, com grande envolvimento da família , especialmente da avó e da mãe. Responsabilidades e carreira inicial: desde jovem, Marielle demonstrou maturidade e responsabilidade, ajudando em casa e estagiando na escola com apenas 11 anos. Trabalhava para complementar a renda familiar e atuou na criação de sua irmã mais nova. Trajetória profissional e compromisso social: sempre buscou se destacar, não apenas como aluna, mas como líder, monitora e professora. Atuou em diversos empregos e chegou a trabalhar na prefeitura do Rio de Janeiro. Dedica-se aos direitos humanos e, mesmo com resistência inicial da mãe, herdou o mandato como vereadora. Apoio familiar e maternidade: Marielle foi mãe jovem, casou-se e se separou cedo, criando uma filha com dedicação e apoio da família. A mãe enfatizou o papel crucial de Marielle na educação da filha e na manutenção dos laços familiares. Impacto da perda e luta por justiça: Marinete relatou a profunda dor pela perda da filha e o vazio deixado na família. Mencionou as dificuldades enfrentadas nos seis anos e sete meses desde a morte de Marielle, incluindo problemas de saúde próprios e o impacto emocional na rede Luyara. Resistência e busca por justiça: Enfatizou a importância da luta contínua pela justiça, reforçando que não desistirá até que uma notificação justa seja alcançada. Afirmou que a dor da perda não tem nome e que só quem passa por situação semelhante pode compreender. Legado de Marielle: Marinete expressou orgulho pela trajetória da filha e reforçou que a morte de Marielle não será em. Disse que espera que o julgamento traga uma publicação justa, como forma de respeito à memória de Marielle e à luta da família e da sociedade. Reflexão final: Marinete declarou que, apesar da dor, não guarda ódio e continua firme na busca por justiça. Destacou a importância de preservar o legado da filha como inspiração para outras gerações. Marinete também lembrou que Marielle era uma mulher de personalidade e decisões fortes. “Quem era eu na época para contrariar os desejos daquela mulher de 38 anos? Era uma mulher que tinha decisões, uma filha obediente, mas naquela hora era o que ela queria. O partido não tinha nenhuma mulher nega como candidata e chegou na hora que ela saiu de uma comissão de Direitos Humanos por 10 anos. Entendendo que ela poderia fazer muito mais, foi o que ela fez, defender o outro, Então não tive como parar e não era o momento dela sim”, afirmou a. mãe. Para Marinete, no ano em que a filha foi morta ela estava vivendo uma fase importante como parlamentar. “”Ela estava fazendo o que ela queria, que era defensora das pessoas e tendo o reconhecimento dela, do trabalho dela, como uma parlamentar que mudou a estrutura daquele lugar” Mural em homenagem à vereadora a Marielle Franco na Avenida 9 de Julho, região do centro de São Paulo GABRIEL SILVA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Em seguida, a juíza Lúcia Glioche se solidarizou com ela “.[Antes de mais nada] Minha solidariedade a dor da senhora”, disse Glioche. No depoimento, Marinete Silva contou que, após a morte da filha, passou por um câncer e por quatro cirurgias e o quanto a denúncia dos assassinos da filha é importante para sua família. “Estou aqui hoje para dizer o quanto isso é importante para mim e para minha família, sobre como a Marielle fez falta como mãe para a Luyara muito cedo. Foi doloroso e está sendo até hoje conviver com esse vazio. E ninguém pode, a não ser que tenha passado pela mesma dor que eu, saber. Era minha primogênita, uma filha a qual me dediquei a vida inteira para criar”. Dor e sofrimento Marinete Silva disse que, após a morte da filha primogênita, teve que conviver com as notícias falsas sobre a filha e saber que “alguém planejou a morte ” da parlamentar. “Foi tanto sofrimento, tão falso com a minha filha, tanto ataque. Ao ponto de chegarem a dizer: 'foi um pouco, ela poderia ter sido queimada'. Isso foi muito difícil. E eu não desisti. Nunca desisti de chegar a este dia”. “Eu vivi um delírio de imaginar que tudo aquilo não poderia ser verdade. Às vezes eu não me registrava naquela noite. Seria a insanidade de uma mãe imaginar que uma filha estivesse viva? Não, era a dor de uma mãe. Parecia surreal. Eu me senti em um conto de fadas naquela noite. Mas, eu não estou aqui para questionar aos propósitos de Deus”. Após 40 minutos de depoimento, Marinete Silva foi questionada se desejaria ir embora ou ficar no plenário. Ela optou por assistir todo o julgamento. Depoimento de único sobrevivente A primeira a falar à A Justiça do RJ foi a jornalista Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado. Ela conta como a sua “vida mudou completamente” após o duplo assassinato, lembrou como foram os últimos momentos da vida de Marielle e Anderson e que, quando estava asilada, ainda teve. que explica para a filha o que era assassinato.
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