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um quarto dos jovens entre 15 e 29 anos não estuda nem está ocupado

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Um quarto (25,8%) dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos não estudava nem estava ocupado em 2021, segundo a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS): Uma análise das condições de vida da população brasileira de 2021, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, eram 12,7 milhões de pessoas nessa condição.

A parcela de jovens nesta situação foi menor que em 2020 – ano de maior impacto da no mercado de trabalho, quando chegou a 28% –, mas ainda ficou acima dos 24,1% de 2019, antes de qualquer efeito da crise sanitária.

“Em 2021, mesmo com aumento da ocupação, isso não foi suficiente para fazer com que o patamar de jovens que não estudavam nem estavam ocupados ainda era superior ao dos anos do pré-pandemia”, afirma a analista do IBGE Betina Fresneda.

Neste estudo, o IBGE suspendeu o uso do termo nem-nem – nem estuda nem trabalha – para designar este grupo de jovens, com o objetivo de evitar a conotação pejorativa da expressão. A sugestão é a utilização de um novo termo para descrever o grupo: neno, não estuda nem está ocupado.

“São jovens que não estudam nem trabalham no mercado de trabalho como ocupados. É um pouco pejorativo falar que o jovem que está fora do mercado de trabalho não trabalha. Ele pode fazer afazeres domésticos”, explica ela.

Na distribuição dos jovens entre 15 e 29 anos, a maior parcela é do grupo que só estava ocupado (36,7%), seguido pelo grupo que só estudava (26,6%), considerando também os dados de 2021. Já o menor grupo (10,8% dos jovens nesta faixa etária) era de quem estudava e estava ocupado.

O estudo do IBGE indica, ainda, que há uma desigualdade regional marcante na análise dos jovens que não estudam nem estão ocupados. De maneira geral, os estados do Norte e Nordeste tiveram fatia maior de jovens nesta situação que na média nacional – com exceção de Rondônia (22,7%) –, enquanto Sudeste, Sul e Centro-Oeste tiveram percentuais abaixo da média.

A exceção, neste caso, é o estado do Rio de Janeiro, em que 27,5% dos jovens entre 15 e 29 anos não estudavam nem estavam ocupados.

O Maranhão foi o estado com pior índice, com 37,7% de seus jovens nesta condição. Na outra ponta, Santa Catarina foi o estado com o menor percentual: apenas 12,5% de seus jovens não estudavam nem estavam ocupados em 2021.

O estudo do IBGE também mostra uma comparação da situação dos jovens em diferentes países, a partir de dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). A faixa etária neste caso é diferente e varia entre 18 e 24 anos de idade, englobando apenas jovens adultos.

Neste ranking, relativo ao ano de 2020, o primeiro da pandemia e com impactos mais intensos no mercado de trabalho, o Brasil aparece em segundo lugar entre os de maior percentual de jovens que não estudam nem estão ocupados. A taxa era de 34,1% em 2020, atrás apenas da África do Sul, com 45% dos jovens nesta condição.

“A maioria dos países da OCDE não teve um aumento significativo dos jovens nesta condição. Eles conseguiram amortecer os efeitos das ruínas do mercado de trabalho com o aumento de jovens que só estudavam ou se qualificavam. Aproveitaram o período da pandemia para aumentar a sua qualificação. As apreciadas foram Colômbia, Canadá, Brasil e Estados Unidos”, diz um analista do IBGE.

Com informações do Valor Online

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