A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta quarta-feira (19) em seu grupo que sua gestão está “totalmente alinhada com a visão do país do governo federal e do nosso presidente Lula”.
“Afinal, eles são nossos acionistas majoritários. Está (visão) também em consonância com visão de mercado, geração de valor econômico e economia. Vamos tornar realidade o que foi planejado, mas com celeridade. Vamos zelar com resultados empresariais robustos”.
Chambriard foi escolhido para substituir Jean Paul Prates, demitido por Lula por não cumprir totalmente as vontades do presidente da República, que perdeu uma disputa interna com os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
Um novo presidente disse em seu discurso que o plano de sua gestão inclui colocar a Petrobras como líder brasileira na transição energética. Para isso, as plantas de refino serão fortalecidas com investimentos consistentes e tempestivos com redução de emissões de carbono. Segundo ela, a meta é reduzir a zero até 2050.
A empresa vai avançar ainda nas energias eólica, solar e de hidrogênio, além de ampliar a disponibilidade do gás natural. O gás natural é muito importante para o setor de fertilizantes, disse Chambriard. Outros investimentos na sua gestão serão a expansão de petróleos e um programa de construção para navios.
A Chambriard também anunciou que o Trem 2 da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, será implantado: “Nosso parque de refino será ampliado e modernizado, oferecendo produtos mais sustentáveis. Implantaremos o Trem 2, da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, um projeto que junto com a GasLub, no Rio de Janeiro, vai gerar valor econômico e reduzir significativamente nossa importação de diesel.”
O nome de Magda Chambriard foi aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras em 24 de maio para assumir a presidência da companhia e fazer parte do conselho de administração.
O novo CEO da petrolífera é engenheiro e ex-funcionário da Petrobras, que iniciou uma carreira em 1980 na área de produção. Em 2002, foi cedido à Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), durante o primeiro governo Lula, como assessor da diretoria. Ela ocupou diversas funções na agência até assumir a diretoria-geral em 2012, no governo Dilma Rousseff (PT).
No evento, que aconteceu pouco antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), para decidir se cortar ou manter a taxa básica de juros, a Selic, Lula reuniu um grupo de ministros. Entre eles, o da Fazenda, Fernando Haddad, o de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da Casa Civil, Rui Costa e Margareth Menezes, da Cultura.
“A missão que me foi dada foi dada pelo presidente (Lula) foi de movimentar a Petrobras porque ela movimenta o PIB brasileiro. Ele me disse: 'Tenho grande carinho pela Petrobras. A sociedade brasileira ama a Petrobras e eu também. Não quero confusão nessa empresa'”, lembrou a executiva, que emendou os agradecimentos:
“Agradeço a confiança do presidente Lula e do ministro Alexandre Silveira”, a quem chamou de seu contato.
Margem Equatorial é entrada que Lula já disse que vai ajudar a destravar
Ao assumir a presidência da Petrobras, Chambriard se apropriou dos desafios da empresa, tais como a volatilidade dos preços do petróleo, a ampliação da atuação da empresa na área de estaleiros e navios e a prosperidade de investimentos em refinos. São todos temas sensíveis, mas um em especial tem pressa: destravar a exploração da Margem Equatorial.
Chambriard disse que o Brasil já perdeu dez anos nessa discussão e espera dar celeridade à questão, principalmente com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pretende arbitrar a disputa a favor da petroleira.
Na área costeira que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá estima-se encontrar pelo menos 10 bilhões de barris de petróleo, o que representa um retorno na casa de R$ 1 trilhão aos cofres públicos. Os blocos dessa região foram leiloados em 2013, mas até agora o Ibama negou as licenças ambientais.
Lula disse nesta semana que “em algum momento” vai chamar o Ibama, a Petrobras e o Meio Ambiente em sua sala para tomar uma decisão.
“Esse país tem governo e esse governo reúne e decide”, afirmou o presidente em entrevista à rádio CBN.
“Se as pessoas podem ter posições técnicas, vamos debater especificações técnicas. O que não dá é para a gente dizer a priori que vai abrir mão de exploração uma riqueza que, se na verdade é específica, é uma riqueza muito grande para o Brasil”, completou Lula.
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