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Não é possível brincar com a economia, diz Pacheco mesmo com insatisfações

Não é possível brincar com a economia, diz Pacheco mesmo com insatisfações

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), diz que os senadores estão cientes da necessidade de se votar e
aprovar algumas das principais pautas econômicas até o fim do ano que estão em
tramitação na casa, como a reforma tributária, a sustentação do arcabouço
fiscal e a lei orçamentária, mas que isso não será feito sem o devido debate crítico.

Segundo o parlamentar, há uma “missão” para votar
estes projetos ainda em novembro e dezembro, mas que eventuais insatisfações
dos senadores com o governo não devem “contaminar” as votações.

“Eventuais e pontuais insatisfações não contaminam o sentimento geral de que com a economia não é possível se brincar. É preciso ter a solidez da nossa economia com a aprovação de propostas e projetos que sejam sustentáveis. Isso está muito além de eventuais insatisfações de parlamentares com o governo”, disse em entrevista ao Valor Econômico publicada nesta segunda (30).

Rodrigo Pacheco explicou que insatisfações entre o Legislativo e o Executivo sempre existiram, mas que a pauta econômica não será afetada. Para o senador, há uma noção entre os parlamentares de que há uma “necessidade de contenção da inflação, de redução da taxa de juros, de aumento do crescimento do PIB do Brasil, do aumento das nossas reservas, da nossa balança comercial”.

Além das insatisfações entre os congressistas e
o governo, Pacheco vê que há também uma dificuldade de relação entre o Senado e
a Câmara – “isso sempre existiu” – mas descartou que haja uma disputa de poder.
No começo do ano, Pacheco e Arthur Lira (PP-AL) travaram uma disputa que
atrasou o andamento de pautas econômicas importantes no Congresso, e o Palácio
do Planalto tem trabalhado fortemente para acomodar indicados de deputados para
cargos públicos.

“O que houve na formação do governo foi um critério feito pelo governo federal, pelo presidente Lula, em relação aos partidos políticos que compõem a sua base. Esses partidos, por sua vez, escolheram os nomes, representantes para ocupação dos espaços, ora senadores, ora deputados. Não houve qualquer tipo de preferência do Senado em detrimento da Câmara ou vice-versa”, afirmou negando que a rejeição da indicação de Lula à Defensoria Pública da União (DPU) tenha sido pela falta de articulação do governo especificamente com o Senado enquanto a Câmara viu deputados e indicados ganhando cargos no governo.

Apesar de constatar a existência de uma insatisfação de parlamentares com o governo, Pacheco nega que há um problema na relação do presidente com o Senado. Ele afirma que há uma “boa qualidade” no trabalho de líderes como Jaques Wagner (PT-BA) e de Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), e que “até aqui, o governo tem tido boas vitórias no Parlamento, em especial no Senado”.

“O que não podemos confundir é que essa boa relação com governo signifique o isolamento da oposição”, completou.

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