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Justiça suspende compra de 60 milhões de escovas de dente

Justiça suspende compra de 60 milhões de escovas de dente

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Uma licitação do Ministério da Saúde para a compra de 60 milhões de kits com escova, fio dental e pasta de dentes foi suspensa pela Justiça Federal, após o Tribunal de Contas da União (TCU) considerar as irregularidades no pregão. A informação foi divulgada pelo UOL e confirmado pela Gazeta do Povo.

Ao avaliar o pregão da compra, o ministro Benjamin Zymler entendeu que o edital restringia a concorrência e que não havia justificativa para acelerar uma compra dessa dimensão no prazo de quatro dias como queria o ministério. No documento, ele questiona a redução do prazo de oito dias, previsto na lei.

Diante das possíveis irregularidades, o TCU determinou que o edital fosse refeito. No entanto, o Ministério da Saúde tentou reverter a decisão e revogar a licitação em curso.

Em nota enviada á Gazeta do Povoa pasta confirmou que o Corte de Contas fez alguns apontamentos sobre o edital e o “Juízo da 7ª Vara Federal Cível da SJDF, acordos necessidade de melhoria o descritivo técnico dos itens que compõem os Kits de Higiene Bucal”. “Sendo assim, em observância aos princípios da supremacia do interesse público, da conveniência administrativa e da autotutela, obtido pela revogação do processo aquisitivo, estando o edital em revisão para adequações.”, explicou o ministério.

O edital informava que “o custo estimado da contratação possuía caráter sigiloso”. Segundo informações do UOL, os 60 milhões de kits poderiam custar entre R$ 348 milhões e R$ 589 milhões – considerando valores de kits comprados no governo Lula (PT) e valores médios cotados no próprio edital, respectivamente.

Sobre o valor sigiloso do contrato de compra de kits de higiene bucal, o ministério informou que “está em conformidade com a legislação aplicável”. “A Lei nº 14.133, de 2021, estabelece que o orçamento estimado da contratação poderá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das informações demais necessárias para a elaboração das propostas”.

“O sigilo do preço no momento do certo é estratégia definida para redução do preço, mostrando-se vantajosa para a Administração”, completou.

Pregão dos kits de saúde bucal

Sob responsabilidade do secretário-executivo da Saúde, Swedenberger Barbosa, o pregão prévio compra de 60 milhões de kits com escova de dentes, creme dental com flúor e fio dental, além de uma bolsa plástica com zíper com o logotipo do programa “Brasil Sorridente” . O objetivo do ministério era fazer a compra e a entrega dos kits em pleno período eleitoral.

A própria área jurídica da pasta alertou que haveria “risco” de ser considerada “publicidade institucional ou distribuição gratuita de bens, a depender da forma como for feita”. Porém, o ministério explicou que a Advocacia Geral da União (AGU) declarou que não havia propostas “quanto à realização de processos licitatórios pelo Ministério da Saúde para aquisição de bens de natureza comum, a exemplo do kit de higiene bucal, durante o período do decreto eleitoral de eleições legislativas”.

Por enquanto, segue revogado o processo licitatório em questão que tem como um de seus objetivos a continuidade do Programa de Saúde Bucal.

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