A medida foi anunciada na semana passada junto com o pacote de corte de gastos do governo e despertou o pessimismo do mercado financeiro de que o governo não conseguiu efetivamente economizar nos gastos públicos ao promover uma grande desoneração – mesmo com a compensação através de uma tributação a quem ganha mais de R$ 50 milhões mensais.
“Fazer uma reforma pra cobrar um mínimo pra quem ganha a partir de R$ 600 mil pra não cobrar de quem não está conseguindo pagar as contas do mês, não me parece populismo. Não me parece um gesto populista”, disse Haddad em um evento.
De acordo com ele, o governo não está buscando arrecadar mais ou menos, mas “tributar melhor”. No entanto, a medida ainda precisa passar pelo Congresso, que pode desidratar a proposta e, até mesmo, não aprovar a tributação a mais na outra ponta.
“Dizem que a reforma da renda é populista, mas ela é neutra do ponto de vista fiscal, como a reforma do consumo é neutra. Não pretendemos arrecadar mais ou menos, mas tributar melhor”, exerce o ministro.
Ainda pontual que esta medida não era esperada pelo mercado financeiro na semana passada, o que levou à disparada da cotação do dólar a bater recorde acima dos R$ 6.
A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil foi uma proposta de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência em 2022, e a implementação – se aprovada – vai coincidir com o último ano de governo em meio à disputa eleitoral que ele deve tentar a reeleição.
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