Ícone do site BCN

Haddad deve apresentar pacote de corte na quinta, diz líder do governo

Haddad deve apresentar pacote de corte na quinta, diz líder do governo

Haddad Deve Apresentar Pacote De Corte Na Quinta Diz Lider.jpg


O líder interino do governo no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), afirma que o emperrado pacote de corte de gastos do governo deve ser apresentado aos líderes do Congresso na reunião de quinta (28), e não nesta (26) como se ventilou que poderia ocorrer.

A expectativa é de que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) converse diretamente com eles, no encontro dos líderes que normalmente ocorre nas manhãs de quinta. Há, ainda, a expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fale diretamente com os presidentes da Câmara e do Senado sobre o pacote.

“Ainda não está fechado, mas essa é a previsão. [A reunião] não deve ocorrer amanhã [quarta]. Deve ser a reunião de líderes, que ocorre na quinta de manhã”, disse em entrevista ao jornal O Globomas sem dar detalhes do conteúdo do pacote.

VEJA TAMBÉM:

  • Haddad diz que fechou pacote de corte de gastos na “reunião definitiva” com Lula

Apesar da possibilidade de Haddad apresentar o pacote nesta quinta (28), Alencar diz que a expectativa é de que a proposta fique apenas para o ano que vem, por conta da agenda apertada do Congresso neste final de ano.

“Tem muito projeto para votar, e só deve ter apenas duas semanas, até dia 19. Tem Reforma Tributária, LDO, Orçamento. Então o pacote deve ficar para 2025”, avaliou Alencar.

Entre as medidas previstas, estão mudanças no planejamento de reajuste do salário mínimo, que podem ter ganho real limitado entre 0,6% e 2,5%, seguindo o intervalo de crescimento das despesas do arcabouço fiscal.

Também está em análise a redução dos descontos de acesso ao abono salarial (PIS/Pasep) para quem recebe até 1,5 salário mínimo, além de regras mais rígidas para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e uma nova idade mínima de 55 anos para retirada de militares. A economia esperada é de R$ 25 a R$ 30 bilhões em 2025 e até R$ 40 bilhões em 2026, segundo interlocutores do governo.

Por outro lado, ainda há entrevistas políticas e técnicas. O Congresso aguarda a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a liberação das emendas parlamentares, suspensas desde agosto. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), criticou a dependência da decisão do STF.

“Ficar aguardando se a legislação está ou não do gosto dele [Dino] deixa o Congresso em posição muito fragilizada”, disparou.

Enquanto isso, informações de bastidores apuradas pelo O Globo e pela Folha de S. Paulo apontam que Haddad estava realizando um pronunciamento na rede nacional para apresentar o pacote fiscal à população. A estratégia busca amenizar o impacto de medidas impopulares, como as mudanças no salário mínimo e no BPC.Segundo fontes, a intenção é explicar os ajustes necessários para conter o aumento das despesas e garantir o equilíbrio fiscal.

Por outro lado, os deputados da oposição pretendem apresentar uma proposta alternativa que, dizem, será mais profunda do que a apresentada pelo governo. Ela deve ser fechada ainda quarta-feira (27) e terá medidas como cortes em “privilégios tributários”, limitações de supersalários, o fim dos pisos constitucionais para saúde e educação, e a desvinculação do salário mínimo do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da Previdência Social.

Além destas cortes, a PEC propõe limitar as emendas parlamentares ao orçamento discricionário, desvinculando-as da receita corrente líquida. Como incentivo, os deputados sugerem que quanto mais o Congresso reduzir as despesas obrigatórias, maior será o espaço para gastos discricionários.

“O que a gente sabe até agora, do que o governo está propondo, é de uma medida muito tímida, que não atende de fato à necessidade de reforma estrutural que a gente tem no nosso país”, disse Kataguiri em entrevista ao Estadão.

De acordo com cálculos da Consultoria de Orçamento da Câmara, essa PEC poderia gerar uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos, além de reduzir taxas de juros e inflação, cortar despesas obrigatórias e ampliar investimentos públicos.

Sair da versão mobile