O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, cobrou do governo federal um “freio de arrumação” e uma força tarefa para conter os impactos das apostas em apostas. Ele participou de uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (3).
“Não cabe à Febraban fazer propostas sobre políticas públicas. Temos um foco: é a preocupação com medidas de prevenção ao superendividamento, com o comprometimento de renda das famílias, orçamento e saúde financeira das famílias”, disse Isaac aos jornalistas após reunião com Haddad.
Na ocasião, Isaac disse que defendeu a suspensão ou limitação do uso do Pix em apostas online. A questão surgiu após o Banco Central mostrar que 5 milhões dos beneficiários do Bolsa Família apostaram cerca de R$ 3 bilhões em agosto.
“Esse freio de arrumação passa por algumas medidas emergenciais e temporárias. Defendemos que os meios instantâneos de pagamentos, a exemplo do Pix, mas não são só esses, podem ficar temporariamente suspensos para o pagamento de apostas”, afirmou.
De acordo com Isaac, também foi proposto ao ministro a criação de uma tarefa de força entre governo e setor privado para estudar os resultados das apostas no Brasil.
“É importante que se tenha um diagnóstico preciso. Do lado do setor privado, temos entidades com legitimidade que podem representar setores que têm uma preocupação com o endividamento das famílias”, explicou o presidente da Febraban.
Uso do Pix em apostas
Issac Sidney voltou a defender que o Pix seja suspenso para pagamentos de apostas e caso isso não seja feito, ele sugeriu que tenha pelo menos um limite para esse tipo de pagamento. O Banco Central informou que o Pix representa mais de 90% dos pagamentos às casas de apostas.
“Um dos caminhos em vez de proibir o uso dos meios instantâneos é impor limites por transação. Mas o foco não é um meio específico de pagamento. O foco é encontrar caminhos para evitar uma flexibilidade do nível de individualização das famílias”, completou.
Segundo o presidente da federação, Haddad e o secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena, estão certos de enfrentar o problema e fazer o controle “CPF por CPF”.
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