Nesta terça-feira (20), durante participação no Dia Macro 2024evento promovido anualmente pelo BTG Pactual, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o país está “com uma restrição de confiança muito severa, em referência à atual taxa de juros, aplicada em 10,5% ao ano.
“Desde dezembro de 2022, nas primeiras entrevistas que eu fiz, que podem ser revisitadas hoje, o discurso da equipe econômica tem sido o mesmo: Estamos com uma restrição controlada muito severa, uma taxa de juro real bastante elevada, e nós estamos com um Estímulo fiscal que não está produzindo resultados importantes para a economia brasileira”, afirmou Haddad.
Em outro trecho de sua fala, o ministro disse que “o Banco Central tem que olhar para a curva de demanda e de oferta também, e o fiscal tem que ajudar”.
“São braços do mesmo organismo, não há duas políticas econômicas. É um organismo vivo”, completou Haddad.
De acordo com o ministro, o governo Lula tem que ter “balanço” para resolver o problema fiscal do país.
“Temos que diminuir o estímulo fiscal gradualmente”, mas “é óbvio que ninguém consegue resolver um passivo de R$ 200 bilhões em 6 meses”, disse Haddad.
“Tínhamos precatórios para pagar, temos proteção dos estados, temos reoneração de combustíveis para fazer. Era um conjunto enorme de medidas que precisariam ser tomadas para cobrir aquele déficit previsto para o primeiro ano, no orçamento do ano anterior. E como é que vai ser possível isso? Como é que você vai sair de um quadro fiscal tão deteriorado de 10 anos?”, completou o ministro.
Haddad disse que o governo Lula está “conseguindo demonstrar que é possível” resolver o problema fiscal, mas que muitas medidas dependem “de uma coalizão de forças que envolva o Legislativo e o Judiciário”.
Após culpar os outros poderes pela lentidão na recuperação fiscal, Haddad disse que o governo teve cerca de 80% de sucesso nas votações no Congresso Nacional.