O dólar comercial fechou esta quarta-feira (18) em forte alta de 2,82%, cotado a R$ 6,267 na venda. Este é o maior valor nominal de fechamento da história. O recorde também foi registrado durante o pregão, quando a moeda atingiu a máxima de R$ 6.271. No mínimo, atingiu R$ 6.094.
O mercado financeiro espera a votação do pacote fiscal do governo Lula pelo Congresso Nacional. O texto não foi bem recebido pelos investidores, que classificaram as medidas como “tímidas” diante da necessidade de equilibrar as contas públicas. Agora, os investidores têm a desidratação da proposta pelos parlamentares.
No cenário externo, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, anunciou o corte de 0,25 ponto percentual dos juros, para a faixa entre 4,25% e 4,5%. Apesar disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a previsão de novos cortes para 2025 diminui. Em setembro, o Fed apresentou quatro cortes.
“Estamos prevendo mais dois cortes [de 0,25 ponto percentual] em vez de quatro porque estamos vendo alguns choques inflacionários, a economia segue forte e o desemprego segue baixo”, disse.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o câmbio é “flutuante”, mas vai se “acomodar”. Ele citou ainda uma possível especulação. “Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar”, disse.
“Há contatos conosco falando em especulação. Eu prefiro trabalhar com os fundamentos mostrando a consistência do que estamos fazendo. Pode estar havendo, mas não estou aqui querendo fazer juízo sobre isso. Esses movimentos mais especulativos são coibidos com intervenção do Tesouro e do Banco Central”, destacou.
BC e Tesouro tentam conter alta do dólar
Nos últimos dias, o Banco Central realizou sete leilões à vista ou de linha (com compromisso de recompra) para tentar conter a escalada da moeda americana. O valor injetado pela autoridade monetária ultrapassou US$ 12 bilhões. Não houve intervenção do BC durante o pregão desta quarta (18).
Já o Tesouro Nacional cancelou o leilão tradicional de títulos previstos e anunciou leilões diários de compra e venda. Esta foi a primeira vez desde 2020, durante a pandemia de Covid-19, que o órgão cancelou um leilão tradicional. Nesta quarta (18), o Tesouro não vendeu novos títulos da dívida e recomprou 10% dos títulos públicos. A medida, entretanto, não surtiu efeito.
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