O dólar comercial caiu 0,81% e cerrou o preço desta sexta-feira (20) cotado a R$ 6,072 na venda. O presidente Lula (PT) divulgou um vídeo ao lado da equipe econômica garantindo ao mercado que “novas medidas” de corte de gastos não estão descartadas. Além do aceno de Lula, o Congresso aprovou o pacote fiscal.
Parte das propostas foram desidratadas, no entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou que as alterações terão impacto de R$ 1 bilhão nos próximos dois anos. A economia estimada pelo governo de R$ 71,9 bilhões deve passar para R$ 70,9 bilhões com as mudanças do Congresso.
O Banco Central também atuou para conter a alta na cotação com quatro leilões no valor de US$ 7 bilhões. Na máxima, a moeda americana bateu R$ 6.114 na máxima e R$ 6.048 na mínima. A divisa registrou uma série de registros desde o anúncio do pacote de corte de gastos, no dia 27 de novembro.
Na última quarta-feira (18), o dólar atingiu R$ 6.267, maior valor nominal de fechamento da história, em meio à desconfiança do mercado e à possibilidade de redução do ritmo de cortes dos juros nos Estados Unidos para 2025.
“Tomamos as medidas possíveis para proteger a nova regra fiscal [o arcabouço que limita os gastos públicos] e seguiremos atentos à necessidade de novas medidas. O Brasil é guiado por instituições fortes e independentes que trabalham em harmonia para avançar com responsabilidade”, disse Lula no vídeo divulgado nas redes sociais.
Lula reforçou ao mercado que Galípolo terá autonomia no BC
O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou da gravação ao lado do chefe do Executivo. O petista ressaltou que “jamais” vai atrapalhar no trabalho do Galípolo. “Eu quero te dizer que você será, certamente, o mais importante presidente do Banco Central que esse país já teve, porque você vai ser o presidente com mais autonomia que o BC já teve”, disse Lula.
Neste ano, o mandatário classificou o atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, como “um adversário político e ideológico”. Campos Neto foi indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com a chegada de Galípolo ao comando, havia o temor de uma maior intervenção do governo no BC.
Assim, o vídeo divulgado por Lula tinha o objetivo de “acalmar” o mercado em dois pontos de tensão: reforçar que o governo está comprometido com a meta fiscal e disposto a implementar cortes; e garantir a autonomia do Galípolo e da autoridade monetária. Também aparecem na gravação os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Simone Tebet (Planejamento).