Satélites adquiridos de empresa finlandesa que usam tecnologia de radar, de maior precisão, serão lançados da base de Cabo Canaveral, nos EUA, informou comandante da Aeronáutica. Os dois primeiros satélites do sistema Lessonia-1 adquiridos pelo Brasil em 2019 da empresa finlandesa Iceye serão lançados nesta semana da base espacial de Cabo Canaveral, no estado da Florida (EUA), informou nesta segunda-feira (23) o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Alberto Baptista Jr.
Segundo o brigadeiro, os satélites da Iceye usam a tecnologia de radar para monitorar o solo e permitem observar o terreno mesmo quando há nuvens e a uma distância de até dois metros do chão. São mais precisos, afirmou, que os satélites que fazem varredura ótica, cuja leitura é mais restrita — não “furam” as nuvens e só permitem fotografias a até 40 metros acima do solo.
Os novos satélites serão operados pela Força Aérea Brasileira (FAB), que vai disponibilizar os dados obtidos pela captação dos equipamentos para órgãos públicos como Ibama, Marinha e Polícia Federal. A área de cobertura será aquela que o órgão que fizer convênio com a FAB estabelecer.
A Space-X, empresa do bilionário americano Elon Musk, foi contratada pela Iceye para fazer o lançamento, mas essa negociação não envolveu o governo brasileiro.
Numa apresentação sobre as prioridades estratégicas da Força Aérea, na manhã desta segunda-feira, o brigadeiro Carlos Alberto Baptista Jr. afirmou que os equipamentos serão ferramentas de inteligência mais eficientes.
“Quando a gente fala em controle da Amazônia, em desmatamento sem enxergar o solo, isso é impossível”, afirmou. “Então, satélites de câmera ótica não são capazes de fazer esse tipo de análise”, disse.
Os dois Lessonia custaram US$ 33 milhões. Embora o lançamento esteja previsto para esta semana, a operação só começa de forma definitiva em novembro. De acordo com a FAB, os equipamentos precisam desse tempo para a adequação à órbita.
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Caças e drones
O comandante da FAB anunciou também que o Brasil vai fazer um aditivo ao atual contrato com a empresa sueca Saab para a compra de mais quatro caças Gripen, aumentando para 40 o total de unidades do primeiro contrato. Segundo ele, já se iniciaram tratativas com a Suécia para a aquisição de um segundo lote com mais 26 caças.
O brigadeiro reconheceu que limitações orçamentárias podem emperrar projetos estratégicos. Dois exemplos citados foram a desistência do projeto para a compra de drones que equipariam a Força Aérea e a redução do número de aviões KC-390, ambas iniciativas envolvendo parcerias com a Embraer.
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