O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que preside o partido, atirou contra o Ministério da Fazenda nesta segunda (11) alegando que a pasta “só pensa em dinheiro, só pensa em arrecadar”. A crítica foi feita durante uma audiência pública sobre a Lei das Apostas comandada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A crítica foi feita com a alegação de que o governo deveria criar uma agência reguladora específica para fiscalizar as chamadas “bets” – as plataformas de apostas online – por conta dos riscos sociais como o tráfico de pessoas em jogos.
“O Brasil tem que criar uma agência reguladora, tem que tirar do Ministério da Fazenda, o ministério só pensa em dinheiro, só pensa em arrecadar, por isso está essa confusão toda”, disparou.
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Entre os problemas que deveriam ser fiscalizados por uma nova agência reguladora está o uso do Bolsa Família para as apostas, em que um estudo recente da LCA Consultoria Econômica, baseado em dados do Banco Central, revelou que foram gastos R$ 210 milhões em apostas somente no mês de agosto.
Paulinho também criticou a publicidade agressiva das apostas, que patrocinam os maiores clubes de futebol do país, incentivando o vício. Ele foi classificado como um “dragão” que “vai continuar comendo o dinheiro do povo mais pobre todos os dias”.
“Se não paramos esse 'dragão', ele vai continuar comendo o dinheiro do povo mais pobre do Brasil todos os dias. Gastar R$ 3 bilhões de quem recebe Bolsa Família ou do BPC essas empresas não pagam um centavo de imposto, vocês estão pegando dinheiro do imposto dos brasileiros e levando para fora do país”, declarou o deputado.
A audiência foi motivada por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, que questiona a lei responsável pela regulamentação.
O deputado Paulinho destacou que, apesar de ser um defensor histórico da legalização de bingos e cassinos, considera que as apostas causam um impacto negativo ao país.
“Sabe quantos trabalhadores as apostas têm no Brasil? Zero. Sabe quanto eles pagaram de imposto nesse período todo? Nem um centavo. Essas empresas estão fora do Brasil. O que elas arrecadaram de pessoas pobres foi para levar para fora do país, não pagaram um centavo de imposto”, pontuou.
O ministro Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos, também participou da audiência e alertou para o efeito viciante das apostas e o impacto nas famílias brasileiras, comparando-as aos cassinos.
“As dificuldades de nosso país, ainda em desenvolvimento, o desejo das pessoas por um futuro melhor, muitas vezes a falta de perspectiva econômica, acaba sendo um terreno fértil para aposta desesperada e triste dos jogos”, completou.
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