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Conselho da Conab vai confirmar demissão de diretor após leilão anulado

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O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou na manhã desta terça (25) que o conselho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai demitir o diretor de operações responsável pelo leilão para a compra de arroz que foi anulado há duas semanas após suspeitas de irregularidades.

Thiago José dos Santos foi o responsável pela área que comandou o processo, e teve a possibilidade de demissão antecipada no último sábado (22) por Teixeira. Ele tinha ligação com o então secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, que também foi demitido por suspeitas de informação privilegiada ao filho, sócio de uma das corretoras participantes do leilão.

“O governo já resolveu isso, o próprio conselho hoje [terça] vai encaminhar”, disse Teixeira mais cedo ao ser questionado por jornalistas antes de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O verbo “encaminhar” foi confirmado por ele depois como “trocar” o diretor. No final de semana, ele afirmou que “conforme ajustado com o ministro Carlos Fávaro (Agricultura), enviando para o Conselho de Administração da Conab o pedido de demissão de Thiago José dos Santos”.

O pedido de demissão foi encaminhado na segunda (24) e é a segunda baixa na área agrária após o leilão frustrado pela compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado, que foi analisado após suspeitas de irregularidades.

O presidente Lula, na semana passada, se referiu ao leilão como uma “falcatrua numa empresa” das que participaram, mas sem citar quais delas. Das quatro vencedoras do certo, três não tinham condições técnicas e financeiras de operar no mercado de compra e venda de grãos, o que manifestou a suspeita de irregularidades. Ao todo, o governo gastaria R$ 1,3 bilhão com a compra.

Fávaro disse que o governo pode reconsiderar a realização do leilão para evitar o aumento dos preços e a escassez de arroz devido à crise climática no Rio Grande do Sul, principal produtor do grão no país. Entretanto, Paulo Teixeira discordou publicamente dessa possibilidade, afirmando que “o [próximo] o leilão não será anulado”.

Informações de fontes a par do processo afirmam que o novo edital terminou de ser modificado na sexta (21) com o auxílio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU), e seria orientado ao Ministério da União Agricultura para análise. A expectativa, se parar, é de que o leilão seja realizado em até 20 dias.

No entanto, as entidades do setor comprometeram-se com o governo para fazer um levantamento de que o arroz já colhido pode ser escoado sem afetar o preço – principal motivo que fez Lula determinar a lei para a compra do grão importado para fazer uma espécie de “estoque regulador”.

A situação do leilão gerou reações do setor de agronegócio, da área técnica da Conab e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que defendem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o ocorrido.

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