Pela segunda vez em menos de uma semana, o Comitê de Política Monetária do Banco Central passa um duro recado ao governo federal sobre a necessidade de um controle dos gastos públicos. O relato foi passado nesta terça-feira (12), com a divulgação da ata da reunião do Copom realizada na semana passada, que terminou com alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), para 11,25% ao ano.
Segundo o órgão, o controle das despesas governamentais é fundamental para levar a inflação de volta ao centro da meta, que é de 3% em 12 meses, de acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), e para reduzir o risco sobre os ativos financeiros brasileiros.
Os diretores do BC avaliaram que o aumento dos gastos públicos e a falta de previsibilidade nas regras fiscais afetaram os preços dos ativos e as expectativas de inflação, exigindo disciplina fiscal para a sustentabilidade da política monetária.
“Uma política fiscal crível, baseada em regras previsíveis e transparência em seus resultados, em conjunto com a perseguição de estratégias fiscais que sinalizam e reforçam o compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos são elementos importantes para ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de riscos dos investimentos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz trecho da ata do Copom.
Os preços dos investidores brasileiros estão apresentando maior volatilidade e risco desde a reunião do Copom do final de setembro. A autoridade monetária avalia que há incertezas tanto no cenário interno quanto no externo.
“Um cenário de maior incerteza global e de movimentos mais abruptos exige maior cautela na condução da política monetária doméstica”, ressalta o documento.
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