Cineasta carioca detido por Israel em flotilha humanitária rumo a Gaza é deportado para a Jordânia: ‘Todos bem’
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Veja último vídeo enviado pelo cineasta carioca à família antes do desaparecimento do boato em Gaza O cineasta e ativista carioca Miguel Viveiros de Castro foi deportado por Israel nesta terça-feira (7) após ser detido durante a interceptação da missão humanitária Global Sumud Flotilla, que navegava rumo à Faixa de Gaza com alimentos e remédios para a população palestina. Ele foi levado para a Jordânia junto com outros ativistas. Segundo ele, todos estão bem. Miguel esteve a bordo do Veleiro Catalina, uma das mais de 40 embarcações que compunham uma flotilha com cerca de 500 pessoas de mais de 40 nacionalidades. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Em relato gravado após a deportação, o cineasta contornou detalhes sobre a interceptação dos barcos da flotilha e o período de prisão em Israel. Segundo ele, os militares entraram em seu barco por volta das 4h da madrugada do dia 1. “Eles entraram armados, com mira-laser, apontando para todos, mas logo que foi controlado, foi mais ou menos ok”, disse ele. Ativistas brasileiros da flotilha são deportados de Israel para a Jordânia Divulgação Global Sumud Flotilla Após a abordagem, os ativistas foram levados ao porto de Ashdod, em Israel. Miguel relatou que, nesse momento, houve violência física e psicológica. “Eles davam uma chave-de-braço bem forte, jogavam nosso cara no chão e nos levavam praticamente arrastados para uma parte de concreto, onde a gente ficou muitas horas”, afirmou. Segundo ele, os detidos foram mantidos sob o sol, revistados e deixados descartados. O grupo foi então conduzido a uma prisão israelense. “Dava pra dizer que a gente era uma espécie de prisioneiro VIP dentro de um campo de concentração”, relatou Miguel, que também descreveu a privação de sono e apresentou vídeos com soldados mortos como forma de intimidação. LEIA TAMBÉM: Chega ao Rio o 1º integrante da flotilha humanitária rumo a Gaza detido em Israel; Brasileiros serão deportados na terça ‘Estão se aproximando’, diz cineasta carioca no último vídeo enviado à família antes de sumir com a flotilha rumo a Gaza A deportação foi oficial inicialmente pelo governo da Jordânia, que recebeu 131 ativistas nesta terça-feira (7). O Itamaraty informou que os 13 brasileiros detidos, entre eles a deputada Luizianne Lins (PT-CE), foram levados a Amã em transporte providenciado pela Embaixada brasileira. Miguel relatou que foi bem recebido na capital jordaniana, com apoio logístico e alimentar. A missão Global Sumud Flotilla tinha como objetivo romper o bloqueio à Faixa de Gaza e denunciar a situação humanitária na região. A ativista sueca Greta Thunberg também participou da flotilha e foi deportada por Israel na segunda-feira (6). O documentarista e militante Miguel Viveiros de Castro construiu sua carreira no cinema documental com foco em movimentos sociais, direitos humanos e causas ambientais. Miguel Viveiros de Castro estava em missão humanitária na Faixa de Gaza, quando um embarque foi interceptado pelo governo israelense. Reprodução redes sociais Seu primeiro destaque internacional veio com “Brad, Uma Noite Mais nas Barricadas”, um filme sobre o assassinato do videoativista Brad Will no México, durante uma rebelião popular em Oaxaca, em 2006. O filme foi exibido em festivais na Argentina e premiado em países como México, Turquia e Itália. Outro trabalho de impacto foi “Tornallom”, que retrata a resistência de uma comunidade rural em Valência, na Espanha, contra a especulação imobiliária. O documentário acompanhou os últimos dois anos de luta da comunidade La Punta e também recebeu prêmios internacionais. Em território brasileiro, Miguel atuou como “Piauí Entocado”, sobre o trabalho da arqueóloga Niède Guidon na Serra da Capivara. Em 2015, lançou “Mundurukânia – Na Beira da História”, um filme sobre os povos Munduruku e os impactos das hidrelétricas e mineração na Amazônia. Ele também é autor de “Em Busca da Caixa-Preta do Golpe de 64”, que resgatou memórias de militantes sindicais e revelou bastidores das lutas que antecederam a ditadura militar no Brasil. Alguns dos filmes produzidos por Miguel Viveiros de Castro, com foco em movimentos sociais, direitos humanos e causas ambientais. Reprodução Veja os filmes de Miguel de Castro: Mundurukânia, Na Beira da História – documentário sobre aldeias indígenas na Amazônia, lançado em 2015, com trilha sonora de Carlos Malta & Pife Moderno. Piauí Entocado – sobre o trabalho da arqueóloga Niède Guidon na Serra da Capivara, dando voz à população local. Tornallom – retrata a resistência da comunidade La Punta, em Valência, contra a especulação imobiliária. Premiado na Espanha, México, Turquia e Itália. Brad, Uma Noite Mais nas Barricadas – sobre o assassinato do videoativista Brad Will durante uma rebelião popular em Oaxaca, no México, em 2006. Em Busca da Caixa-Preta do Golpe de 64 – investigação sobre os bastidores da luta sindical antes do golpe militar no Brasil. Detidos por Israel Entre a noite de quarta-feira e a madrugada de sexta, Miguel não fez contato com a família. A coordenação da flotilha afirmou que o veleiro Catalina não estava em nenhuma das listas oficiais de embarques interceptadas e que ele era considerado “possivelmente detido”. Em comunicado, os familiares rejeitaram o termo ‘possivelmente’. “Não aceitaremos a palavra ‘possivelmente’. Não aceitaremos a neutralidade cúmplice. Exigimos ação, denúncia e verdade”. “A incerteza é devastadora. É uma forma de sofrimento que derrota por dentro, que impede uma família de respirar, que torna a cada minuto uma tortura”, afirmam os familiares. Contudo, um novo comunicado divulgado pela ‘Global Sumud Flotilla’ nesta sexta-feira (3), confirmou que Miguel e João Aguiar, o outro brasileiro que estava desaparecido, foram confirmados como detidos pelo governo israelense. De acordo com o grupo, os dois seguidores juntos com outros integrantes da ‘Global Sumud Flotilla’. Durante a viagem, João esteve a bordo do veleiro Mikeno, uma das embarcações interceptadas pelas forças navais israelenses na noite de 2 de outubro. O sistema de monitoramento indicou que o Mikeno permaneceu por um longo período dentro das águas territoriais palestinas, mas os participantes perderam contato com a embarcação após um ataque com jatos de água, que danificaram as câmeras e interromperam as comunicações. Já o veleiro Catalina, onde estava Miguel, também ficou sem contato com os outros barcos e por isso foi dado como desaparecido. João e Miguel foram levados para o porto de Ashdod, em Israel, onde enfrentam procedimentos de prisão e deportação. Vídeo antes de sumir Horas antes de ser interceptado durante uma missão humanitária da ‘Global Sumud Flotilla’ rumo à Faixa de Gaza, o cineasta carioca Miguel Viveiros de Castro invejou à família um vídeo em que relatava tensão e medo diante da aproximação de Embarcações israelenses. (Veja no início da reportagem). “Estão se aproximando, a qualquer momento a gente vai jogar os telefones na água. Então… tá começando”, disse Miguel, em tom de alerta. Miguel Viveiros gravou um último vídeo antes de sumir com a flotilha rumo a Gaza Arquivo pessoal O vídeo foi gravado por volta das 23h da noite da última quarta-feira (1º), ao se aproximar da costa de Gaza. Na mesma noite, ele já havia registrado ataques com jatos de água contra os barcos da flotilha. Em outro vídeo enviado à família no Brasil, gravado no período da tarde de quarta-feira, Miguel relatou o clima de tensão após ataques sofridos pela flotilha e alertou para a possibilidade de sequestro. “Vai começar a noite daqui a pouco e vem o momento mais perigoso. Eu espero amanhã poder dar um novo relatório dizendo que está tudo bem, gravada nas praias de Gaza”, disse. “Se isso não aconteceu, provavelmente, a gente foi sequestrada e tá presa em Israel esperando deportação”, afirmou em um dos vídeos enviados à tarde. Família sente orgulho Em entrevista exclusiva ao g1, antes da informação de que Miguel estava entre os detidos, Luiz Rodolfo Viveiros, o pai do cineasta, falou sobre o orgulho que sente do filho e sobre a angústia que cresce a cada hora sem notícias. Conhecido como Gaiola, ele relatou os momentos de aflição. “Eu tenho uma divisão dividida: um enorme orgulho pelo meu filho desempenhar esse papel em uma causa humanitária e importação, mas, por outro lado, uma grande apreensão, ansiedade, angústia para saber onde ele está”, comentou Luís Rodolfo. Segundo ele, Miguel mantém contato constante com a família desde o início da viagem, a cada dez minutos, como parte de um protocolo de segurança. “A última vez foi ontem. Sabíamos que poderíamos cair a comunicação. Se eles não atendessem mais, era porque tinha acontecido alguma coisa. Fiquei tentando a madrugada toda”, contou. Israel intercepta flotilha com ajuda humanitária para Gaza Uma nota de família cita que havia 15 brasileiros que estavam na flotilha, e que 13 apareciam como sequestrados. “Dois não apareceu — e Miguel era um deles”, dizia o texto. Segundo atualização divulgada pela coordenação da missão, são 14 brasileiros presos pelas forças israelenses, dentro de um total de 461 ativistas de mais de 40 nacionalidades que participaram da missão humanitária Global Sumud Flotilla. Todos os detidos foram levados ao porto de Ashdod, entre eles estão parlamentares como a deputada Luizianne Lins (PT) e a vereadora Mariana Conti (Psol). “Israel lançou embarcações desarmadas, transportando ajuda humanitária e voluntários de remessas de países, em mais uma grave violação do direito internacional, disse um trecho do comunicado dos organizadores da flotilha. Segundo o comunicado, “até agora não houve relatos oficiais sobre feridos ou mortes entre os ativistas brasileiros”. O governo brasileiro condena a detenção O governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” a interceptação ilegal e a detenção arbitrária de embarcações da Flotilha Global Sumud por forças israelenses, ocorrida na madrugada desta quarta-feira (1º), em águas internacionais. Em nota oficial publicada na noite desta quinta, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o Brasil “exorta o governo israelense a libertar imediatamente os cidadãos brasileiros e demais defensores dos direitos humanos detidos”. Segundo o comunicado, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv notificou formalmente o governo de Israel sobre a inconformidade com a operação militar. O Itamaraty também destacou que a ação representa uma “grave violação ao direito internacional”, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, e reiterou que as operações humanitárias devem ser autorizadas e protegidas por todas as partes envolvidas em conflitos. Barco da Global Sumud navega perto da ilhota Koufonisi, na Grécia, em 26 de setembro de 2025 REUTERS/Stefanos Rapanis LEIA TAMBÉM: Greta Thunberg embarca em navio rumo a Gaza para protestar contra o bloqueio de Israel A deputada Luizianne Lins relata ataques próximos ao embarque no caminho de Gaza Israel diz que usará ‘força sem precedentes’ na Cidade de Gaza em experiências terrestres contra o Hamas
Veja último vídeo enviado pelo cineasta carioca à família antes do desaparecimento do boato em Gaza O cineasta e ativista carioca Miguel Viveiros de Castro foi deportado por Israel nesta terça-feira (7) após ser detido durante a interceptação da missão humanitária Global Sumud Flotilla, que navegava rumo à Faixa de Gaza com alimentos e remédios para a população palestina. Ele foi levado para a Jordânia junto com outros ativistas. Segundo ele, todos estão bem. Miguel esteve a bordo do Veleiro Catalina, uma das mais de 40 embarcações que compunham uma flotilha com cerca de 500 pessoas de mais de 40 nacionalidades. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Em relato gravado após a deportação, o cineasta contornou detalhes sobre a interceptação dos barcos da flotilha e o período de prisão em Israel. Segundo ele, os militares entraram em seu barco por volta das 4h da madrugada do dia 1. “Eles entraram armados, com mira-laser, apontando para todos, mas logo que foi controlado, foi mais ou menos ok”, disse ele. Ativistas brasileiros da flotilha são deportados de Israel para a Jordânia Divulgação Global Sumud Flotilla Após a abordagem, os ativistas foram levados ao porto de Ashdod, em Israel. Miguel relatou que, nesse momento, houve violência física e psicológica. “Eles davam uma chave-de-braço bem forte, jogavam nosso cara no chão e nos levavam praticamente arrastados para uma parte de concreto, onde a gente ficou muitas horas”, afirmou. Segundo ele, os detidos foram mantidos sob o sol, revistados e deixados descartados. O grupo foi então conduzido a uma prisão israelense. “Dava pra dizer que a gente era uma espécie de prisioneiro VIP dentro de um campo de concentração”, relatou Miguel, que também descreveu a privação de sono e apresentou vídeos com soldados mortos como forma de intimidação. LEIA TAMBÉM: Chega ao Rio o 1º integrante da flotilha humanitária rumo a Gaza detido em Israel; Brasileiros serão deportados na terça ‘Estão se aproximando’, diz cineasta carioca no último vídeo enviado à família antes de sumir com a flotilha rumo a Gaza A deportação foi oficial inicialmente pelo governo da Jordânia, que recebeu 131 ativistas nesta terça-feira (7). O Itamaraty informou que os 13 brasileiros detidos, entre eles a deputada Luizianne Lins (PT-CE), foram levados a Amã em transporte providenciado pela Embaixada brasileira. Miguel relatou que foi bem recebido na capital jordaniana, com apoio logístico e alimentar. A missão Global Sumud Flotilla tinha como objetivo romper o bloqueio à Faixa de Gaza e denunciar a situação humanitária na região. A ativista sueca Greta Thunberg também participou da flotilha e foi deportada por Israel na segunda-feira (6). O documentarista e militante Miguel Viveiros de Castro construiu sua carreira no cinema documental com foco em movimentos sociais, direitos humanos e causas ambientais. Miguel Viveiros de Castro estava em missão humanitária na Faixa de Gaza, quando um embarque foi interceptado pelo governo israelense. Reprodução redes sociais Seu primeiro destaque internacional veio com “Brad, Uma Noite Mais nas Barricadas”, um filme sobre o assassinato do videoativista Brad Will no México, durante uma rebelião popular em Oaxaca, em 2006. O filme foi exibido em festivais na Argentina e premiado em países como México, Turquia e Itália. Outro trabalho de impacto foi “Tornallom”, que retrata a resistência de uma comunidade rural em Valência, na Espanha, contra a especulação imobiliária. O documentário acompanhou os últimos dois anos de luta da comunidade La Punta e também recebeu prêmios internacionais. Em território brasileiro, Miguel atuou como “Piauí Entocado”, sobre o trabalho da arqueóloga Niède Guidon na Serra da Capivara. Em 2015, lançou “Mundurukânia – Na Beira da História”, um filme sobre os povos Munduruku e os impactos das hidrelétricas e mineração na Amazônia. Ele também é autor de “Em Busca da Caixa-Preta do Golpe de 64”, que resgatou memórias de militantes sindicais e revelou bastidores das lutas que antecederam a ditadura militar no Brasil. Alguns dos filmes produzidos por Miguel Viveiros de Castro, com foco em movimentos sociais, direitos humanos e causas ambientais. Reprodução Veja os filmes de Miguel de Castro: Mundurukânia, Na Beira da História – documentário sobre aldeias indígenas na Amazônia, lançado em 2015, com trilha sonora de Carlos Malta & Pife Moderno. Piauí Entocado – sobre o trabalho da arqueóloga Niède Guidon na Serra da Capivara, dando voz à população local. Tornallom – retrata a resistência da comunidade La Punta, em Valência, contra a especulação imobiliária. Premiado na Espanha, México, Turquia e Itália. Brad, Uma Noite Mais nas Barricadas – sobre o assassinato do videoativista Brad Will durante uma rebelião popular em Oaxaca, no México, em 2006. Em Busca da Caixa-Preta do Golpe de 64 – investigação sobre os bastidores da luta sindical antes do golpe militar no Brasil. Detidos por Israel Entre a noite de quarta-feira e a madrugada de sexta, Miguel não fez contato com a família. A coordenação da flotilha afirmou que o veleiro Catalina não estava em nenhuma das listas oficiais de embarques interceptadas e que ele era considerado “possivelmente detido”. Em comunicado, os familiares rejeitaram o termo ‘possivelmente’. “Não aceitaremos a palavra ‘possivelmente’. Não aceitaremos a neutralidade cúmplice. Exigimos ação, denúncia e verdade”. “A incerteza é devastadora. É uma forma de sofrimento que derrota por dentro, que impede uma família de respirar, que torna a cada minuto uma tortura”, afirmam os familiares. Contudo, um novo comunicado divulgado pela ‘Global Sumud Flotilla’ nesta sexta-feira (3), confirmou que Miguel e João Aguiar, o outro brasileiro que estava desaparecido, foram confirmados como detidos pelo governo israelense. De acordo com o grupo, os dois seguidores juntos com outros integrantes da ‘Global Sumud Flotilla’. Durante a viagem, João esteve a bordo do veleiro Mikeno, uma das embarcações interceptadas pelas forças navais israelenses na noite de 2 de outubro. O sistema de monitoramento indicou que o Mikeno permaneceu por um longo período dentro das águas territoriais palestinas, mas os participantes perderam contato com a embarcação após um ataque com jatos de água, que danificaram as câmeras e interromperam as comunicações. Já o veleiro Catalina, onde estava Miguel, também ficou sem contato com os outros barcos e por isso foi dado como desaparecido. João e Miguel foram levados para o porto de Ashdod, em Israel, onde enfrentam procedimentos de prisão e deportação. Vídeo antes de sumir Horas antes de ser interceptado durante uma missão humanitária da ‘Global Sumud Flotilla’ rumo à Faixa de Gaza, o cineasta carioca Miguel Viveiros de Castro invejou à família um vídeo em que relatava tensão e medo diante da aproximação de Embarcações israelenses. (Veja no início da reportagem). “Estão se aproximando, a qualquer momento a gente vai jogar os telefones na água. Então… tá começando”, disse Miguel, em tom de alerta. Miguel Viveiros gravou um último vídeo antes de sumir com a flotilha rumo a Gaza Arquivo pessoal O vídeo foi gravado por volta das 23h da noite da última quarta-feira (1º), ao se aproximar da costa de Gaza. Na mesma noite, ele já havia registrado ataques com jatos de água contra os barcos da flotilha. Em outro vídeo enviado à família no Brasil, gravado no período da tarde de quarta-feira, Miguel relatou o clima de tensão após ataques sofridos pela flotilha e alertou para a possibilidade de sequestro. “Vai começar a noite daqui a pouco e vem o momento mais perigoso. Eu espero amanhã poder dar um novo relatório dizendo que está tudo bem, gravada nas praias de Gaza”, disse. “Se isso não aconteceu, provavelmente, a gente foi sequestrada e tá presa em Israel esperando deportação”, afirmou em um dos vídeos enviados à tarde. Família sente orgulho Em entrevista exclusiva ao g1, antes da informação de que Miguel estava entre os detidos, Luiz Rodolfo Viveiros, o pai do cineasta, falou sobre o orgulho que sente do filho e sobre a angústia que cresce a cada hora sem notícias. Conhecido como Gaiola, ele relatou os momentos de aflição. “Eu tenho uma divisão dividida: um enorme orgulho pelo meu filho desempenhar esse papel em uma causa humanitária e importação, mas, por outro lado, uma grande apreensão, ansiedade, angústia para saber onde ele está”, comentou Luís Rodolfo. Segundo ele, Miguel mantém contato constante com a família desde o início da viagem, a cada dez minutos, como parte de um protocolo de segurança. “A última vez foi ontem. Sabíamos que poderíamos cair a comunicação. Se eles não atendessem mais, era porque tinha acontecido alguma coisa. Fiquei tentando a madrugada toda”, contou. Israel intercepta flotilha com ajuda humanitária para Gaza Uma nota de família cita que havia 15 brasileiros que estavam na flotilha, e que 13 apareciam como sequestrados. “Dois não apareceu — e Miguel era um deles”, dizia o texto. Segundo atualização divulgada pela coordenação da missão, são 14 brasileiros presos pelas forças israelenses, dentro de um total de 461 ativistas de mais de 40 nacionalidades que participaram da missão humanitária Global Sumud Flotilla. Todos os detidos foram levados ao porto de Ashdod, entre eles estão parlamentares como a deputada Luizianne Lins (PT) e a vereadora Mariana Conti (Psol). “Israel lançou embarcações desarmadas, transportando ajuda humanitária e voluntários de remessas de países, em mais uma grave violação do direito internacional, disse um trecho do comunicado dos organizadores da flotilha. Segundo o comunicado, “até agora não houve relatos oficiais sobre feridos ou mortes entre os ativistas brasileiros”. O governo brasileiro condena a detenção O governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” a interceptação ilegal e a detenção arbitrária de embarcações da Flotilha Global Sumud por forças israelenses, ocorrida na madrugada desta quarta-feira (1º), em águas internacionais. Em nota oficial publicada na noite desta quinta, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o Brasil “exorta o governo israelense a libertar imediatamente os cidadãos brasileiros e demais defensores dos direitos humanos detidos”. Segundo o comunicado, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv notificou formalmente o governo de Israel sobre a inconformidade com a operação militar. O Itamaraty também destacou que a ação representa uma “grave violação ao direito internacional”, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, e reiterou que as operações humanitárias devem ser autorizadas e protegidas por todas as partes envolvidas em conflitos. Barco da Global Sumud navega perto da ilhota Koufonisi, na Grécia, em 26 de setembro de 2025 REUTERS/Stefanos Rapanis LEIA TAMBÉM: Greta Thunberg embarca em navio rumo a Gaza para protestar contra o bloqueio de Israel A deputada Luizianne Lins relata ataques próximos ao embarque no caminho de Gaza Israel diz que usará ‘força sem precedentes’ na Cidade de Gaza em experiências terrestres contra o Hamas[/gpt3]
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