
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, classificou a Operação Contenção como “demagogia com a vida das pessoas”. A declaração ocorreu na noite desta segunda-feira (3), em um jantar promovido pelo Grupo Esfera. “Precisamos investir no combate ao crime organizado de maneira firme e inteligente, mas sem fazer demagogia com a vida das pessoas, que é o que essa operação acabou demonstrando”, disse o deputado do PSOL de São Paulo, agora afastado para exercer o cargo na Esplanada.
A Operação Contenção terminou com 117 civis mortos, além de quatro policiais. As autoridades também prenderam 113 pessoas e apreenderam mais de 100 armas. Para o PSOL e outros grupos de esquerda, porém, houve violação aos direitos humanos, por suposto uso desproporcional da força pelo Estado.
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Governo foi convidado a utilizar a inteligência da PF em operação no Rio
O governo federal vinha negando que recebeu qualquer aviso sobre a operação, para que pudesse desenvolver as “ações de inteligência” referidas por Boulos. Durante entrevista coletiva, no entanto, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, deixou escapar que a superintendência do órgão no Rio foi convidada a participar da operação, mas negou, alegando que estaria fora de seu escopo de atuação. Após a resposta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, interrompeu abruptamente a fala do ministro, e justificou-se. De acordo com Lewandowski, uma comunicação sobre a operação deveria ocorrer “em nível de ministério”. Em outras palavras, com ofícios ou ligações diretamente entre membros do primeiro escalonamento.
O governo também se articula contra uma proposta de oposição de classificação parlamentar do Comando Vermelho como organização terrorista. Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defende a mesma medida em relação ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes assumiu a relatoria da ADPF das Favelas (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 635) após o então relator, ministro Luís Roberto Barroso, se aposentar. Nesta segunda-feira (3), Moraes foi até o Rio de Janeiro para cobrar explicações das autoridades fluminenses. As reuniões ocorrem a portas fechadas.











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