O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu uma informação divulgada pela imprensa, nesta quinta-feira (5), a partir de um vazamento da Polícia Federal (PF), sobre o gasto de R$ 900 mil com a reforma de uma casa em Angra dos Reis (RJ).
O contrato de reforma foi encontrado pela PF em uma pasta na mesa do ex-presidente no escritório do PL, em Brasília, durante busca e apreensão da investigação que apura suposta tentativa de golpe.
O material foi anexado ao inquérito em que Bolsonaro foi indiciado pela PF por suposto envolvimento no que foi chamado de “trama golpista”.
Um trecho do relatório divulgado pela imprensa diz que “chama a atenção o fato de a reforma estar orçada na vultuosa quantia de R$ 900 mil, ao passo que, na declaração de bens de Bolsonaro, nas eleições de 2022, a residência foi avaliada em R$ 98.500”.
O valor de R$ 98.500 referente ao imóvel foi informado por Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“O montante da reforma corresponde, portanto, a quase dez vezes o suposto valor do imóvel declarado”, diz outro trecho do relatório da PF.
“Faça a reforma, sim, de R$ 900 mil e paguei em Pix. Tudo declarado no imposto de renda, inclusive o valor da reforma. Essa casa eu adquiri, ou melhor, a construir nos anos 90, sem problema nenhum. Não tem nada de ilegal. Paguei com Pix”, afirmou Bolsonaro em vídeo publicado nas redes sociais, nesta quinta-feira (5).
“A mensagem que quero passar é que eu teria lavado R$ 900 mil vendendo, talvez, algo que não me entregou para investir em um patrimônio meu. Se deram mal mais uma vez”, completou Bolsonaro.
Bolsonaro criticou vazamento
O ex-presidente também criticou o vazamento de documentos por parte da Polícia Federal.
“Quem vazou esse contrato, segundo a imprensa, foi a Polícia Federal. Vocês [PF] apreenderam muita coisa na minha mesa, inclusive três páginas de um inquérito, é isso mesmo? Vazem essas três páginas do inquérito. Ficarei muito feliz com esse vazamento”, disse o ex-presidente sem especificar o teor das páginas apreendidas.
Declaração de imóveis
De acordo com as regras vigentes, os imóveis declarados ao TSE não precisam estar atualizados com o valor de mercado.
Segundo a PF, o contrato encontrado na mesa do ex-presidente tem data de 11 de outubro de 2023, mas não foi assinado nem por Bolsonaro, nem pela empresa responsável pela reforma.
De acordo com o documento, o pagamento seria feito da seguinte forma: uma entrada de R$ 270 mil e o restante seria pago em 4 parcelas de R$ 135 mil e uma de R$ 90.000.
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