O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) resgatou uma publicação de 2022 do ministério do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet, para criticar a alta do dólar na sexta-feira (1°). A moeda americana fechou o dia em R$ 5,87, maior nível desde maio de 2020.
“Dólar alcança R$ 5,83. Mas tudo é relativo nesta democracia inabalável”, escreveu Bolsonaro em seu perfil no X sobre a publicação do então senadora. Na época, ela criticou o ex-presidente pela moeda ter alcançado o patamar de R$ 5.
“O dólar passa de 5 reais hoje por quê? Porque temos uma instabilidade política e jurídica. É um governo que não garante segurança jurídica para os investidores”, disse Simone Tebet na publicação.
Além do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também criticou a alta da moeda americana, comparando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o período da pandemia de covid-19.
“Lula faz mais mal ao Brasil que a pandemia! Se lula administrar o deserto, em 4 anos acaba a areia!”, disse o senador na publicação no “X”.
Analistas atribuem essa alta às incertezas sobre a condução fiscal do país. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem relutando em cortar gastos. Em uma semana, a alta acumulada do dólar foi de 2,9%. O dólar turismo subiu 1,37%, sendo vendido a R$ 6,08.
Na última terça-feira (29), o ministro da Fazenda Haddad disse que não há prazo para divulgação de medidas externas ao corte de gastos públicos. Após a declaração, o dólar registrou alta de 0,92% e terminou o dia cotado a R$ 5,761, o maior patamar da moeda americana desde 2021, quando atingiu R$ 5,766.
Já na quarta-feira (30), Haddad disse que entende a “inquietação” do mercado com a demora do governo Lula para anunciar o pacote de corte de gastos.
“Eu até respondi a inquietação, mas é que tem gente especulando em torno de coisas. De repente é assim: o jeito que eu falo… Tem coisas absurdas que as pessoas falam no jornal: 'o Haddad dormiu muito, dormiu pouco'”, afirmou Haddad.
E acrescentou: “O meu trabalho é tentar entregar a melhor redação possível para que haja compreensão do Congresso, da situação do mundo e do Brasil, e nós esperamos ancorar as expectativas e sair dessa redemoinho que não faz sentido à luz dos indicadores econômicos do Brasil ”.
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