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BMW passou por 4 alterações para aumentar potência e ronco do motor antes de mortes dos jovens


A BMW em que os quatro jovens foram encontrados mortos em Balneário Camboriú, Litoral Norte de SC, passou por quatro alterações na estrutura original. A informação foi divulgada após os exames periciais realizados no carro, alguns com o apoio da empresa fabricante.

BMW onde 4 pessoas morreram na manhã de 1º de janeiro – Foto: Divulgação/ND

As customizações foram feitas com a intenção de aumentar a potência e o ronco do motor do carro.

Uma dessas mudanças consistiu na retirada de uma peça original do veículo onde se encontra o catalisador, sistema que elimina até 90% do monóxido de carbono gerado pelo motor, dando lugar a peça similar conhecida como downpipe.

Além de não apresentar o sistema de filtragem dos gases, o novo componente se rompeu durante o uso. Isso teria provocado a saturação do ambiente interno com monóxido de carbono, o que causou a morte dos jovens.

A Divisão de Engenharia Forense da PCISC realizou testes no veículo, em que mediu a presença do monóxido de carbono no interior do veículo com o ar-condicionado ligado. Em apenas 16 minutos, foi obtida contagem de 1.000 ppm, nível máximo de alcance do aparelho medidor.

Coletiva divulgou resultados de perícia em caso de mortes em BMW

Nesta sexta-feira (12), uma coletiva de imprensa foi realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública, em Florianópolis, para divulgar informações sobre o caso e resultados das perícias.

A coletiva teve a participação de representantes da secretaria, das Polícias Científica e Civil, e da Superintendência de Urgência e Emergência da Secretaria da Saúde. Os corpos não apresentavam lesões traumáticas, o que descartou nas investigações a possível ação de terceiros.

Além disso, os exames do setor de Toxicologia Forense descartaram a presença de entorpecentes, venenos e bebidas alcoólicas nas vítimas. Da mesma forma, não foi identificada a presença de drogas no veículo nem sinais de violência nas vítimas.

Já os exames de carboxihemoglobina apontaram níveis fatais de monóxido de carbono nas vítimas.

Inquérito investigou adulterações na BMW – Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND

Em três dos jovens, a presença da substância era superior a 50%, e na quarta vítima ficou entre 49% e 50%. Dessa forma, ficou confirmada a asfixia por monóxido de carbono como causa das mortes.

O inquérito ainda não foi finalizado. Os responsáveis pelas alterações no carro poderão responder por homicídio culposo.

“Analisamos as imagens e coletamos depoimentos para a identificação da dinâmica dos fatos. Já ouvimos testemunhas e familiares. Nos próximos dias ouviremos os responsáveis pela customização identificada no veículo”, assinalou o delegado Vicente.

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