O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta terça-feira (19) que os detalhes da Operação Contragolpe são “estarrecedores” e mostram como o Brasil esteve próximo do “inimaginável”. Nesta manhã, a Polícia Federal prendeu militares suspeitos de planejar um golpe de Estado para impedir uma posse do presidente Lula (PT).
“Nós amanhecemos com notícias estarrecedoras sobre uma possível tentativa de golpe que teria ocorrido no Brasil após as últimas eleições presidenciais. As investigações ainda estão em curso e é preciso aguardar a sua evolução. Mas tudo sugere que estivemos mais próximos do que imaginávamos do inimaginável” , afirmou o ministro ao abrir a sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo a PF, o grupo investigado também pretendia assassinar Lula, o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. “Felizmente, o país já superou os ciclos de atraso, mas é preciso empurrar para a margem da história comportamentos como aqueles que estão sendo noticiados pela imprensa e que são uma desonra para o país”, disse Barroso.
O ministro afirmou que é “um alento” saber que as instituições da República estão funcionando “harmoniosamente”. Ele reforçou que a “investigação está sendo conduzida com muita seriedade pela Polícia Federal, temos uma Procuradoria-Geral da República independente e o Poder Judiciário vai julgar conforme as leis e a Constituição”.
O Brasil já superou atraso e “quarteladas”, diz Barroso
O ministro disse ainda que o Brasil já superou “quarteladas” e “visão antidemocrática”. Além disso, revelou que o “golpismo, nada tem a ver com ideologia ou opções políticas, é apenas a expressão de um sentimento antidemocrático e de desrespeito ao Estado de Direito”.
O presidente da Corte frisou que as ações relacionadas pela PF no inquérito são “crimes previstos no Código Penal”.
“Felizmente, nós já superamos os ciclos do atraso, essas quarteladas e essa visão antidemocrática de que 'eu não suporto que alguém que pense diferente de mim tenha sido eleito'. É um retrocesso imenso saber que estávamos perto de alguma coisa como essa”, concluiu.
Operação Contragolpe
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira (19), cinco pessoas por planejarem um golpe de Estado após a derrota do então presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2022.
Entre os presos estão quatro militares vinculados às Forças Especiais do Exército, os chamados “crianças pretos” e um policial federal, que atuou na segurança de Lula durante o período de transição do governo.
No relatório, a PF apontou que o suposto plano anterior de que os generais Augusto Heleno e Braga Netto seriam os comandantes de um “gabinete de crise”. O investigador também disse no documento que o planejamento do assassinato de Lula e Alckmin foi planejado na casa de Braga Netto em 2022.
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