Enfrentando um aumento de 30% no valor, a categoria dos azeites também vem sendo alvo de fraudes e recolhimentos. Confira orientações aos consumidores
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou recentemente a retirada de 12 lotes de azeite de oliva do mercado. Esses lotes do produto, classificado como o segundo mais fraudado globalmente, foram considerados impróprios para o consumo. A decisão de recolhimento foi embasada em análises laboratoriais que destacaram a não conformidade desses lotes com as estritas normas de qualidade estipuladas pelos regulamentos técnicos.
A manipulação fraudulenta relacionada ao azeite frequentemente inclui estratégias como a mistura de outros óleos vegetais, acrescidos de aromatizantes, corantes ou mesmo a incorporação de azeite de oliva de qualidade inferior. Essa prática compromete a pureza e a qualidade intrínseca do azeite, um produto amplamente apreciado globalmente por suas propriedades saudáveis.
Recomendações
No conjunto, foram confiscados 82 mil litros de azeite de 10 marcas diferentes, retirados de supermercados, centros de distribuição e locais de envase. A recomendação para os consumidores que possuem esses produtos é devolvê-los nos pontos de venda onde foram originalmente adquiridos.
Apesar dessas inconsistências, Hugo Caruso, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária, assegurou aos consumidores que a grande maioria dos produtos analisados continua em conformidade com as normas estabelecidas.
Caruso chamou a atenção dos consumidores para estarem vigilantes em relação a preços demasiadamente baixos, pois, com frequência, essa disparidade de valores é explorada por fraudadores na comercialização de produtos adulterados.
Preço do azeite
O aumento nos custos do azeite tem gerado preocupações adicionais entre os consumidores. A inflação do produto alcançou uma significativa alta de 37,76% de janeiro até meados de dezembro, conforme indicado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15).
Essa elevação é resultado de fatores externos, incluindo uma safra diminuída devido à seca na principal região produtora de azeite, a Europa, e os impactos da Guerra na Ucrânia nos custos de produção agrícola.
Safra de 2024
A região da Serra da Mantiqueira, abrangendo os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, está se preparando para a colheita das azeitonas na safra de 2024. Espera-se que a produção de azeite cresça em relação ao ano anterior, atingindo 60 mil litros em 2023.
O cultivo de azeites no Brasil é uma atividade relativamente nova. A primeira extração nacional foi realizada pela Epamig em Maria da Fé, no Sul do estado, em 2008. Dada a novidade desse setor na agricultura brasileira, pesquisadores e olivicultores acompanham de perto a evolução de cada safra, considerando fatores como clima, solo e outros elementos que influenciam diretamente na qualidade e quantidade da produção.
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