• Anuncie
  • Contato
  • Home
  • Política
  • Política de privacidade
  • Quem Somos
  • Trabalhe Conosco
BCN
  • Menu
    • Política
    • Economia
    • São Paulo
    • Brasil
    • Educação
    • Entretenimento
    • Esportes
    • Saúde
    • Mundo
    • Tecnologia
    • Vídeos
  • Política de privacidade
Sem Resultado
Ver todos os resultados
  • Menu
    • Política
    • Economia
    • São Paulo
    • Brasil
    • Educação
    • Entretenimento
    • Esportes
    • Saúde
    • Mundo
    • Tecnologia
    • Vídeos
  • Política de privacidade
Sem Resultado
Ver todos os resultados
BCN
Sem Resultado
Ver todos os resultados

Alvo de megaoperação, o Comando Vermelho surgiu há 50 anos no ‘Caldeirão do Inferno’; entenda

Redação Por Redação
2 de novembro de 2025
Em Notícias
A A
Alvo de megaoperação, o Comando Vermelho surgiu há 50 anos no ‘Caldeirão do Inferno’; entenda
Twitter1128254686redacaobcn@gmail.com



Alvo de megaoperação, o Comando Vermelho surgiu há 50 anos no ‘Caldeirão do Inferno’; entenda
[/gpt3]
Lula sanciona lei que resiste combate ao crime organizado A operação nos complexos do Alemão e na Penha, que teve como alvo o cumprimento de 100 mandados de prisão e 180 de busca e apreensão, faz parte da intervenção das forças de segurança para frear o avanço do Comando Vermelho (CV). A facção, surgida na prisão de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, entre as décadas de 1970 e 1980, tornou-se uma das mais influentes do tráfico no estado. A ação marca mais um capítulo da disputa entre o estado e o crime organizado pelo controle de territórios nas favelas do Rio e descoberto em: 121 mortes, sendo 117 suspeitos e 4 policiais 113 presos, sendo 33 de outros estados, como Amazonas, Bahia, Ceará, Pará e Pernambuco 10 menores infratores a suspeitos 118 armas apreendidas, sendo 91 fuzis, 26 pistolas, 1 revólver Mais de 1 tonelada de drogas apreendida entenda abaixo como surgiu o Comando Vermelho, inicialmente chamado de Falange Vermelha. Cúpula de Segurança do RJ faz balanço de megaoperação Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM: Traficantes do Comando Vermelho também explodiram caixas eletrônicas e negociavam carros descobertos, diz MPRJ Porsche, ordens de tortura e ‘favor’ para major da PM: o retrato do CV na denúncia que embasou operação no Rio Arsenal de fuzis apreendido na Penha e no Alemão incluía armas de exército da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil Castro e governadores aliados nomeiam ‘consórcio da paz’ em reunião no RJ megaoperação Arsenal de fuzis apreendido na Penha e no Alemão incluía armas de exército da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil Facção surgiu no ‘Caldeirão do Inferno’ Desde o império até os generais da ditadura militar, as autoridades do Brasil sempre entenderam que a Ilha Grande, a mais de 100 quilômetros da capital do Rio de Janeiro, era o ideal local para isolar pessoas: primeiro, doentes de cólera e febre tifoide, vindos da Europa e África. Depois, presos políticos, assaltantes de banco, estupradores e assassinos. Apesar de situada em local paradisíaco, à beira do mar, a violência que imperava no complexo penitenciário Cândido Mendes lhe rendeu o apelido de “Caldeirão do Inferno” ou “Caldeirão do Diabo”. Segundo relato de presos, era “o lugar onde o filho chora e a mãe não ouve”. Foi lá que, há quase 50 anos, nasceu o que é hoje uma das maiores facções criminosas do país e que tanto tem levado violência às ruas do Rio: o Comando Vermelho. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Presídio de Ilha Grande Reprodução/TV Globo A história do presídio Presídio de Ilha Grande Juan Silva/Arte g1 A história da Ilha Grande e de seu presídio começa bem antes disso. O local já foi tema de livros, monografias e reportagens. Em 1884, com o país sob o comando do imperador Pedro II, foi estabelecida na ilha do Lazareto, uma espécie de triagem onde todos os navios de bandeira estrangeira, que seguiam para o Rio, deveriam parar e fazer descer os portadores de doenças contagiosas. Um dos intervalos para a divisão dos doentes era a classe social: os mais pobres ficaram junto à baía. Os mais abastados eram abrigados em outros prédios. Em um período da história, o sanitarista Oswaldo Cruz chegou a defender a distribuição dos doentes por classe social. Assim, foi até 1942. Dez anos depois da inauguração do abrigo para doentes, já na República, em 1894, foi criada a Colônia Correcional de Dois Rios. Funcionou por três anos, até 1897, foi fechado e depois reaberta em 1902, sendo extinto novamente em 1955. Neste período de 43 anos passou pelos presos locais da Aliança Nacional Libertadora (ANL) e o escritor Graciliano Ramos. Lá, o velho Graça iniciou os manuscritos de seu clássico “Memórias do Cárcere”. Presos políticos Em 1963, o então governador da Guanabara, Carlos Lacerda, criou a Penitenciária Cândido Mendes que depois passou a se chamar de Instituto Penal Cândido Mendes. Com a ditadura, em 1964, presos políticos e guerrilheiros começaram a ser enviados para o local. A ideia era isolá-los e dificultar até as visitas. Afinal, na época, para fugir da ilha só de barco ou a nado. Os presos políticos foram levados para lá no porão de navios. Normalmente, junto com batatas. O jornalista Fernando Gabeira ficou preso na Ilha Grande. Em um especial para a Globonews, em 2017, Gabeira retornou ao local e lembrou de ida para a prisão. “A última imagem que tive do Brasil antes de deixá-lo para o exílio foi da Ilha Grande”, conto Gabeira na ocasião (veja no vídeo abaixo). Gabeira volta ao presídio onde ficou preso na ditadura militar Chegada de criminosos Em 1969, o cenário da carceragem começou a mudar. Decreto-lei, número 898, de 29 de setembro de 1969 modifica alguns artigos da Lei de Segurança Nacional (LSN). A partir de então, qualquer pessoa que pratique crimes como assalto, sequestro ou roubo será punida, independentemente de seu crime ter ou não ter interesses políticos. Isso levou para a Ilha Grande, homicidas, estupradores, assaltantes que nada tinham a ver com a luta contra o regime militar. No período da ditadura militar de maior tortura nos quartéis, nos anos de 1970, os presos políticos começaram a fazer uma viagem de barco junto com esses presos comuns. A galeria do Fundão Em sua monografia, na Universidade do Estado do Rio (Uerj), em 2004, Manuela Castilho Coimbra da Costa conta que muitos presos prefeririam o presídio da Ilha Grande por ficarem longe dos olhos dos militares. A guarda do presídio era civil. Isso já modificou o clima na unidade. Quando chegaram à unidade, os presos políticos, muitos marinheiros, foram isolados numa galeria. A integração acontecia em aulas de artesanato ou na prática de esportes. No futebol, os detentos organizaram um horário: o 25 de Março, numa referência à data do levante de marinheiros contra a ditadura militar. Além disso, os presos políticos promoveram mudanças como a implantação da farmácia e da biblioteca. Outra conquista foi o fundo coletivo, uma espécie de despensa em que os detentos guardavam todas as comidas que os presos recebiam de suas visitas. Após salvos, os alimentos foram divididos de forma igualitária entre todos que cumpriram pena no local. ‘Muro da Vergonha’ Ao mesmo tempo que essas ideias se espalhavam pela unidade, aumentavam a separação entre os dois grupos de presos. Na ala dos detentos com base na LSN, aquele dos assaltantes e assassinos, havia 60 celas e era conhecido como “Fundão”. Alegando incompatibilidade de ideologias, os presos políticos pedem que uma galeria fosse dividida. Colocam-se chapas de aço e monta-se o que ficou conhecido como “Muro da Vergonha”. Em seu livro “Quatrocentos contra um”, o criminoso William da Silva Lima, o Professor, recorda-se deste momento: “A maioria dos presos oriundos das organizações armadas dos anos 70 também tinha regressado à Ilha Grande. Alegando incompatibilidade de hábitos e de ideologias, eles pediram que a galeria fosse dividida, o que foi feito, cabendo a nós a parte conhecida como Fundão. Eram 20 cubículos individuais, ocupados, porém por quatro a cinco pessoas, em regime de tranca dura, com direito de circulação pela galeria apenas nos instantes que antecedem o café-da-manhã e o almoço”. Essa divisão liderou uma mobilização conjunta e conscientização da massa carcerária. Com a Anistia durante o governo de Ernesto Geisel, os presos do Fundão iniciaram o período em que lideraram a cadeia. Tem, então, início uma série de debates entre presos com autoridades em que relatam greves de fome, abaixo-assinados, denúncias de espancamento e maus-tratos. Falange Vermelha Professor chegou à Ilha Grande em 1971. Tinha 28 anos. Segundo ele, foi determinado pelo então secretário estadual de Justiça, Cotrim Neto, responsável pelas cadeias no Rio, por organizar um jornal com outros detentos: o Nossa Voz. Foram dois exemplares. O suficiente para que fosse enviado para a Ilha Grande, onde se encontrou com 50 marinheiros que protagonizaram o levante em março de 1964. Essa organização dos detentos levou ao que foi chamado de Falange da LSN (referência à lei de segurança nacional, pelos quais os foram presos condenados). Pouco depois, a Falange Vermelha foi rebatizada e, em seguida, o Comando Vermelho. O nome aparece pela primeira vez em um relatório do capitão da Polícia Militar Nelson Bastos Salmon, então diretor do presídio, ao Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe), em 1979: “Após os assassinatos de setembro de 1979, quando foi quase totalmente exterminado a Falange do Jacaré, a Falange da LSN ou Comando Vermelho passou a imperar no presídio da Ilha Grande e a comandar o crime organizado intramuros em todo o sistema penitenciário do Rio. Com isso, as outras falanges ficaram oprimidas, passando a acatar as ordens da LSN, sob pena de morte”. Fuga de Zé Bigode e o início da quadrilha fora da ilha No ano seguinte, em 1980, três presos fogem da ilha de barco. Entre eles, José Jorge Saldanha, o Zé Bigode. Ele consegue chegar ao continente e se esconder na Ilha do Governador. Lá, protagoniza uma troca de tiros contra 400 policiais por mais de 12 horas de confronto. A história deu origem ao filme “400 contra 1”, de 2010, e retrata o início da facção fora da ilha. “Aqui se começa a propagar, a partir da própria polícia, que ‘a organização Falange Vermelha nasceu da convivência entre assaltantes e presos políticos, que eles ensinaram como comandar e funcionar de maneira mais organizada’”, relata Professor em seu livro. Professor morreu aos 76 anos de ataque cardíaco, em 2019. Tinha condenações que somavam 95 anos e seis meses de prisão por crimes como assaltos a banco, extorsão e sequestro. Escadinha José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha Acervo/TV Globo Simpatizantes da quadrilha dentro e fora dos presídios passam a integrar o grupo, apesar de publicamente não reconhecerem que há uma organização em torno dos detentos. Um dos deles é José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, um dos mais famosos traficantes da história do Rio. O investidor fugiu de presidente da ilha, em 31 de dezembro de 1985. Na época, a Ilha Grande era considerada uma unidade de segurança máxima. Escadinha morreu em 2004, atingido por tiros de fuzil na Avenida Brasil. O presídio da Ilha Grande foi desativado, em 1994, há 30 anos. E logo depois, implodido. Foram utilizados 200 quilos de explosivos para levar a estrutura abaixo. Atualmente, apenas cubículos e parte da fachada estão de pé.
Lula sanciona lei que resiste combate ao crime organizado A operação nos complexos do Alemão e na Penha, que teve como alvo o cumprimento de 100 mandados de prisão e 180 de busca e apreensão, faz parte da intervenção das forças de segurança para frear o avanço do Comando Vermelho (CV). A facção, surgida na prisão de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, entre as décadas de 1970 e 1980, tornou-se uma das mais influentes do tráfico no estado. A ação marca mais um capítulo da disputa entre o estado e o crime organizado pelo controle de territórios nas favelas do Rio e descoberto em: 121 mortes, sendo 117 suspeitos e 4 policiais 113 presos, sendo 33 de outros estados, como Amazonas, Bahia, Ceará, Pará e Pernambuco 10 menores infratores a suspeitos 118 armas apreendidas, sendo 91 fuzis, 26 pistolas, 1 revólver Mais de 1 tonelada de drogas apreendida entenda abaixo como surgiu o Comando Vermelho, inicialmente chamado de Falange Vermelha. Cúpula de Segurança do RJ faz balanço de megaoperação Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM: Traficantes do Comando Vermelho também explodiram caixas eletrônicas e negociavam carros descobertos, diz MPRJ Porsche, ordens de tortura e ‘favor’ para major da PM: o retrato do CV na denúncia que embasou operação no Rio Arsenal de fuzis apreendido na Penha e no Alemão incluía armas de exército da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil Castro e governadores aliados nomeiam ‘consórcio da paz’ em reunião no RJ megaoperação Arsenal de fuzis apreendido na Penha e no Alemão incluía armas de exército da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil Facção surgiu no ‘Caldeirão do Inferno’ Desde o império até os generais da ditadura militar, as autoridades do Brasil sempre entenderam que a Ilha Grande, a mais de 100 quilômetros da capital do Rio de Janeiro, era o ideal local para isolar pessoas: primeiro, doentes de cólera e febre tifoide, vindos da Europa e África. Depois, presos políticos, assaltantes de banco, estupradores e assassinos. Apesar de situada em local paradisíaco, à beira do mar, a violência que imperava no complexo penitenciário Cândido Mendes lhe rendeu o apelido de “Caldeirão do Inferno” ou “Caldeirão do Diabo”. Segundo relato de presos, era “o lugar onde o filho chora e a mãe não ouve”. Foi lá que, há quase 50 anos, nasceu o que é hoje uma das maiores facções criminosas do país e que tanto tem levado violência às ruas do Rio: o Comando Vermelho. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Presídio de Ilha Grande Reprodução/TV Globo A história do presídio Presídio de Ilha Grande Juan Silva/Arte g1 A história da Ilha Grande e de seu presídio começa bem antes disso. O local já foi tema de livros, monografias e reportagens. Em 1884, com o país sob o comando do imperador Pedro II, foi estabelecida na ilha do Lazareto, uma espécie de triagem onde todos os navios de bandeira estrangeira, que seguiam para o Rio, deveriam parar e fazer descer os portadores de doenças contagiosas. Um dos intervalos para a divisão dos doentes era a classe social: os mais pobres ficaram junto à baía. Os mais abastados eram abrigados em outros prédios. Em um período da história, o sanitarista Oswaldo Cruz chegou a defender a distribuição dos doentes por classe social. Assim, foi até 1942. Dez anos depois da inauguração do abrigo para doentes, já na República, em 1894, foi criada a Colônia Correcional de Dois Rios. Funcionou por três anos, até 1897, foi fechado e depois reaberta em 1902, sendo extinto novamente em 1955. Neste período de 43 anos passou pelos presos locais da Aliança Nacional Libertadora (ANL) e o escritor Graciliano Ramos. Lá, o velho Graça iniciou os manuscritos de seu clássico “Memórias do Cárcere”. Presos políticos Em 1963, o então governador da Guanabara, Carlos Lacerda, criou a Penitenciária Cândido Mendes que depois passou a se chamar de Instituto Penal Cândido Mendes. Com a ditadura, em 1964, presos políticos e guerrilheiros começaram a ser enviados para o local. A ideia era isolá-los e dificultar até as visitas. Afinal, na época, para fugir da ilha só de barco ou a nado. Os presos políticos foram levados para lá no porão de navios. Normalmente, junto com batatas. O jornalista Fernando Gabeira ficou preso na Ilha Grande. Em um especial para a Globonews, em 2017, Gabeira retornou ao local e lembrou de ida para a prisão. “A última imagem que tive do Brasil antes de deixá-lo para o exílio foi da Ilha Grande”, conto Gabeira na ocasião (veja no vídeo abaixo). Gabeira volta ao presídio onde ficou preso na ditadura militar Chegada de criminosos Em 1969, o cenário da carceragem começou a mudar. Decreto-lei, número 898, de 29 de setembro de 1969 modifica alguns artigos da Lei de Segurança Nacional (LSN). A partir de então, qualquer pessoa que pratique crimes como assalto, sequestro ou roubo será punida, independentemente de seu crime ter ou não ter interesses políticos. Isso levou para a Ilha Grande, homicidas, estupradores, assaltantes que nada tinham a ver com a luta contra o regime militar. No período da ditadura militar de maior tortura nos quartéis, nos anos de 1970, os presos políticos começaram a fazer uma viagem de barco junto com esses presos comuns. A galeria do Fundão Em sua monografia, na Universidade do Estado do Rio (Uerj), em 2004, Manuela Castilho Coimbra da Costa conta que muitos presos prefeririam o presídio da Ilha Grande por ficarem longe dos olhos dos militares. A guarda do presídio era civil. Isso já modificou o clima na unidade. Quando chegaram à unidade, os presos políticos, muitos marinheiros, foram isolados numa galeria. A integração acontecia em aulas de artesanato ou na prática de esportes. No futebol, os detentos organizaram um horário: o 25 de Março, numa referência à data do levante de marinheiros contra a ditadura militar. Além disso, os presos políticos promoveram mudanças como a implantação da farmácia e da biblioteca. Outra conquista foi o fundo coletivo, uma espécie de despensa em que os detentos guardavam todas as comidas que os presos recebiam de suas visitas. Após salvos, os alimentos foram divididos de forma igualitária entre todos que cumpriram pena no local. ‘Muro da Vergonha’ Ao mesmo tempo que essas ideias se espalhavam pela unidade, aumentavam a separação entre os dois grupos de presos. Na ala dos detentos com base na LSN, aquele dos assaltantes e assassinos, havia 60 celas e era conhecido como “Fundão”. Alegando incompatibilidade de ideologias, os presos políticos pedem que uma galeria fosse dividida. Colocam-se chapas de aço e monta-se o que ficou conhecido como “Muro da Vergonha”. Em seu livro “Quatrocentos contra um”, o criminoso William da Silva Lima, o Professor, recorda-se deste momento: “A maioria dos presos oriundos das organizações armadas dos anos 70 também tinha regressado à Ilha Grande. Alegando incompatibilidade de hábitos e de ideologias, eles pediram que a galeria fosse dividida, o que foi feito, cabendo a nós a parte conhecida como Fundão. Eram 20 cubículos individuais, ocupados, porém por quatro a cinco pessoas, em regime de tranca dura, com direito de circulação pela galeria apenas nos instantes que antecedem o café-da-manhã e o almoço”. Essa divisão liderou uma mobilização conjunta e conscientização da massa carcerária. Com a Anistia durante o governo de Ernesto Geisel, os presos do Fundão iniciaram o período em que lideraram a cadeia. Tem, então, início uma série de debates entre presos com autoridades em que relatam greves de fome, abaixo-assinados, denúncias de espancamento e maus-tratos. Falange Vermelha Professor chegou à Ilha Grande em 1971. Tinha 28 anos. Segundo ele, foi determinado pelo então secretário estadual de Justiça, Cotrim Neto, responsável pelas cadeias no Rio, por organizar um jornal com outros detentos: o Nossa Voz. Foram dois exemplares. O suficiente para que fosse enviado para a Ilha Grande, onde se encontrou com 50 marinheiros que protagonizaram o levante em março de 1964. Essa organização dos detentos levou ao que foi chamado de Falange da LSN (referência à lei de segurança nacional, pelos quais os foram presos condenados). Pouco depois, a Falange Vermelha foi rebatizada e, em seguida, o Comando Vermelho. O nome aparece pela primeira vez em um relatório do capitão da Polícia Militar Nelson Bastos Salmon, então diretor do presídio, ao Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe), em 1979: “Após os assassinatos de setembro de 1979, quando foi quase totalmente exterminado a Falange do Jacaré, a Falange da LSN ou Comando Vermelho passou a imperar no presídio da Ilha Grande e a comandar o crime organizado intramuros em todo o sistema penitenciário do Rio. Com isso, as outras falanges ficaram oprimidas, passando a acatar as ordens da LSN, sob pena de morte”. Fuga de Zé Bigode e o início da quadrilha fora da ilha No ano seguinte, em 1980, três presos fogem da ilha de barco. Entre eles, José Jorge Saldanha, o Zé Bigode. Ele consegue chegar ao continente e se esconder na Ilha do Governador. Lá, protagoniza uma troca de tiros contra 400 policiais por mais de 12 horas de confronto. A história deu origem ao filme “400 contra 1”, de 2010, e retrata o início da facção fora da ilha. “Aqui se começa a propagar, a partir da própria polícia, que ‘a organização Falange Vermelha nasceu da convivência entre assaltantes e presos políticos, que eles ensinaram como comandar e funcionar de maneira mais organizada’”, relata Professor em seu livro. Professor morreu aos 76 anos de ataque cardíaco, em 2019. Tinha condenações que somavam 95 anos e seis meses de prisão por crimes como assaltos a banco, extorsão e sequestro. Escadinha José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha Acervo/TV Globo Simpatizantes da quadrilha dentro e fora dos presídios passam a integrar o grupo, apesar de publicamente não reconhecerem que há uma organização em torno dos detentos. Um dos deles é José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, um dos mais famosos traficantes da história do Rio. O investidor fugiu de presidente da ilha, em 31 de dezembro de 1985. Na época, a Ilha Grande era considerada uma unidade de segurança máxima. Escadinha morreu em 2004, atingido por tiros de fuzil na Avenida Brasil. O presídio da Ilha Grande foi desativado, em 1994, há 30 anos. E logo depois, implodido. Foram utilizados 200 quilos de explosivos para levar a estrutura abaixo. Atualmente, apenas cubículos e parte da fachada estão de pé.[/gpt3]

Compartilhe isso:

  • Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook
  • Clique para compartilhar no X(abre em nova janela) 18+

Curtir isso:

Curtir Carregando...
Tags: alvoanosCaldeirãocomandoEntendaháInfernomegaoperaçãosurgiuvermelho
Postagem Anterior

Megaoperação no Rio: polícia apreendeu fuzis de 7 modelos diferentes, incluindo AK, AR e FAL

Próxima Postagem

Ônibus é assaltado na BR-393 em Três Rios

Próxima Postagem
Ônibus é assaltado na BR-393 em Três Rios

Ônibus é assaltado na BR-393 em Três Rios

Deixe o Seu Comentário

PREVISÃO DO TEMPO

Fonte de dados meteorológicos: Wetter 30 tage

INVESTIGADOR PROFISSIONAL 11 98806-4613

INVESTIGADOR PARTICULAR 11 98806-4613

TERRENO EM JANAÚBA/MG (38) 9.9154-0000

JASMIRA IMÓVEIS (38) 9.8831-0162

COMPRA - VENDE - ALUGA E ADMINISTRA

CERTIFICADO DIGITAL SEM SAIR DE CASA

JASMIRA IMÓVEIS (38) 9.8831-0162

INVESTIGADOR DIGITAL 11 98806-4613

IINVESTIGADOR DIGITAL 11 98806-4613
Foto: Reprodução

CURSOS ONLINE

  • Anuncie
  • Contato
  • Home
  • Política
  • Política de privacidade
  • Quem Somos
  • Trabalhe Conosco

© 2024 Rede BCN | Todos os direitos reservados. E-mail: redacao@redebcn.com.br

Sem Resultado
Ver todos os resultados
  • Menu
    • Política
    • Economia
    • São Paulo
    • Brasil
    • Educação
    • Entretenimento
    • Esportes
    • Saúde
    • Mundo
    • Tecnologia
    • Vídeos
  • Política de privacidade

© 2024 Rede BCN | Todos os direitos reservados. E-mail: redacao@redebcn.com.br

Vá para versão mobile
%d