Artur Luís da Silva e Miguel Macedo Martins estão na 3ª série do Ensino Médio. O produto também leva amido de milho, fécula de mandioca, vinagre e glicerina, e pode aguentar até oito quilos. Estudantes da rede pública de Franca criam plástico com casca de banana Alunos do Ensino Médio da rede de ensino estadual de Franca (SP) desenvolvem um plástico biodegradável a partir da casca de banana. Artur Luís da Silva e Miguel Macedo Martins estão na 3ª série e se aventuraram em um projeto de iniciação científica com foco na sustentabilidade. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp 🔬 estudantes da escola estadual Ângelo Scarabucci foram motivados pelo professor de química, Paulo Roberto de Costa Lemos, e realizam uma alternativa para substituir o plástico comum, feito de combustíveis fósseis. A inspiração para o produto partiu dos bananais da cidade de Delfinópolis (MG), município que fica a 93 quilômetros de distância. A ideia inicial, no entanto, era utilizar outro alimento muito comum na mesa dos brasileiros, conta Artur. “Primeiramente a gente pensou em usar plástico de batata, meio inusitado, mas acabou que não deu certo, não era viável para o produtor. Depois a gente descobriu que tinha como fazer plástico a partir da casca da banana”. 🗑O professor Lemos, que também é orientador do projeto, lembra que foi focado com a dedicação dos alunos. Além de uma forma de inspirar novas pesquisas, é uma maneira de contribuir com o meio ambiente utilizando um material que iria para o lixo. “Crie nos estudantes uma consciência ecológica de estar sendo buscadas alternativas para melhorar o ambiente e isso desperta nos outros alunos uma vontade de participar dessa luta contra o desperdício”. Estudantes da rede pública de Franca desenvolvem plástico biodegradável a partir da casca de banana Reprodução/EPTV Eco Banana 🍌 O plástico foi chamado pelos alunos de 'Eco Banana' e, na sua composição, outros produtos comuns são utilizados. Além da banana, a mistura do protótipo leva amido de milho, fécula de mandioca, glicerina e vinagre. O aluno conta que cada produto tem um papel importante na composição do plástico. A banana é a fibra do bioplástico, a glicerina serve para dar elasticidade, o amido e a fécula para dar volume e o vinagre para impedir a proteção de mofo. “A gente foi fazendo projetos, tentativa e erro, até acertar as medidas, acertar cada produto e a funcionalidade dele. Foram oito testes até chegar no protótipo”, lembra Artur. Os alunos da rede pública de Franca, SP, desenvolvem plástico biodegradável a partir da casca de banana Reprodução/EPTV O aluno orientado do projeto explica que o plástico demora em média 45 minutos para ficar pronto e precisa de dois dias para descansar e ser utilizado. O produto sustentável entre cinco e oito quilos, deve medir entre um metrô e um metrô e meio, com custo médio de R$ 6. O mais importante para Lemos é a sustentabilidade do produto. Enquanto um plástico comum, à base de petróleo, leva 500 anos para se decompor, o plástico à base de banana desaparece em no máximo cinco meses na natureza. “Com esse plástico novo, que é biodegradável, ele vai eliminar isso, até certo ponto um adubo orgânico para contribuir para o meio ambiente”. Inspiração para o futuro 🎓 O sucesso do projeto impactou também o futuro dos alunos. A experiência no laboratório ofereceu aos estudantes uma prévia do caminho que eles podem seguir num futuro não tão distante, já que estão finalizando o ensino médio, conta Silva. “Esse projeto me deu mais ou menos um guia de qual área eu quero seguir, mais para a área de pesquisa, desenvolvimento de projetos, pode ser tanto na área de tecnologia, área de exatas ou para a área de biológicas”. Estudantes da rede pública de Franca, SP, desenvolvem plástico biodegradável a partir da casca de banana Reprodução/EPTV O mesmo estudante aconteceu com Miguel, que planejou em prestar o vestibular para o curso de fisioterapia. Ele só não esperava que o projeto também mudasse seus planos profissionais. “Depois que comecei a fazer o projeto, eu falei: 'cara, eu gosto de estar no laboratório, eu gosto de pesquisar'. Eu sempre gostei da parte de estudo, por exemplo, da química, só que aí quando vai para o laboratório , as coisas mudam, aí é a minha paixão mesmo”. A ideia dos estudantes é dar continuidade ao projeto ‘Eco Banana’ e conseguir aplicá-lo no mercado. Eles acreditam que o plástico biodegradável tem espaço para competir com o plástico comum. O objetivo é apresentar o produto para empresas do segmento, conseguir investimento e melhorar o protótipo. “Se elas [empresas] quiserem investir, a gente está aberto. A gente quer melhorar ele, conseguir aplicá-lo no mercado para competir com o plástico de polietileno”, diz Miguel. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região
Deixe o Seu Comentário