
Uma advogada especializada na defesa de chefes do tráfico carioca está na experiência para convencer o STF de que uma Polícia Militar cometeu um golpe de Estado no Rio de Janeiro.
A tese será comprovada por Alexandre de Moraes, relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental Nº 635 (ADPF das favelas). A petição foi apresentada pela ONG Anjos da Liberdade, presidida por Flávia Fróes, figura conhecida no submundo jurídico do Rio. Ela se apresenta nas redes como “a braba” e “a rainha do júri”, especialista em “defesas atômicas”. Essa é a expressão que ela usa para descrever a suposta capacidade de virar qualquer processo criminoso a favor do réu.
Numa ousada acrobacia jurídica, a advogada que construiu fama defendendo traficantes que o Supremo veja na operação policial que matou 117 criminosos nos morros da Penha e do Alemão um “desafio aberto à autoridade da Corte” e um ato ligado às conspirações para “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”. Nesta semana, Flávia Fróes esteve defendendo esta tese em audiência pessoal com Alexandre de Moraes. Mas o “compromisso” foi cancelado em cima da hora pelo ministro, depois da reunião ter sido noticiada na imprensa.
Narrativa de bandido como vítima
A narrativa da “anja braba” é a mesma que há muito ecoa na militância de esquerda, a de que a polícia é o inimigo e, o bandido, uma vítima do “sistema”. Na internet, ela afirma: “Liberdade não é apenas sair das prisões de ferro, mas das prisões sociais, emocionais e históricas que oprimem nosso povo”. Com esse discurso, Flávia foi recebida nesta semana na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado Reimont (PT-RJ). Em 2020, quando era vereador no Rio de Janeiro, Reimont pretendia tornar a ONG de Flávia “entidade de utilidade pública”, o que facilitava o acesso aos recursos do Estado.
Flávia Fróes não é novata em polêmicas. Em 2022, foi candidato a deputado federal pelo União Brasil, apoiando Lula para presidente. A Polícia Federal investiga se uma campanha foi financiada pelos chefes do tráfico. Ela visitou Marcinho VP na penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná. Em conversas interceptadas pela PF, ela teria pedido ao chefe do CV R$ 300 mil, alegando estar “superenforcada” com despesas eleitorais. Segundo a polícia, ela teria recebido o dinheiro. Que foi insuficiente para se eleger, acabou a campanha com apenas 1300 votos. Ela lamentou não ter corrido por São Paulo, onde os crimes foram prometidos: “São Paulo a gente garante a sua eleição. Você em São Paulo tá eleito. É que o Rio não tem organização”.











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