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Messi, a frieza dos números e a subjetividade na escolha dos finalistas do The Best :: ogol.com.br

Messi, a frieza dos números e a subjetividade na escolha dos finalistas do The Best :: ogol.com.br

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24 gols, oito assistências e dois títulos. Em análise fria e crua dos números, foi assim que Lionel Messi se colocou ao lado de Haaland e Mbappé para disputar, mais uma vez, o prêmio de melhor jogador do mundo.

Uma contextualização é necessária, se os números, por si só, não entregam o período de análise: a Fifa definiu que o período analítico para o prêmio seria entre 19 de dezembro de 2022 a 20 de agosto de 2023, cortando, portanto, a Copa do Mundo da equação. E finalizando justamente no dia seguinte da conquista da Leagues Cup por parte de Messi.

A realização da Copa do Mundo no final do último ano mudou um pouco a dinâmica do prêmio. O vencedor de 2022, Messi, recebeu o prêmio em fevereiro de 2023, analisando o período entre 8 de agosto de 2021 até 18 de dezembro de 2022. Agora, a premiação volta a se adaptar ao calendário europeu, levando em conta um período competitivo menor.

Campeão do mundo no final de 2022, Messi só voltou a jogar em 11 de janeiro de 2023, pelo Paris Saint-Germain. Foram 22 partidas pelo PSG no período, com nove gols e seis assistências. Campeão da Ligue 1, Messi foi o principal garçom da liga. Na Liga dos Campeões, foram apenas dois jogos no período, sem qualquer gol ou assistência. O PSG foi derrubado pelo Bayern nas oitavas do torneio, perdendo por 3 a 0 no agregado.

No final de julho e início de agosto, Messi jogou a única competição em análise para o The Best no Inter Miami: a Leagues Cup. E ajudou o clube, em menos de um mês, a conquistar o primeiro, e até agora único, troféu de sua história.

Messi estreou no futebol estadunidense de forma épica: entrou no segundo tempo do duelo contra o Cruz Azul, do México, e marcou, de falta, aos 48 do segundo tempo, o gol da vitória por 2 a 1. Um momento para ficar na memória do futebol norte americano.

La Pulga carregou o Inter Miami até a final, marcando em todos os jogos: dois gols e uma assistência contra o Atlanta, mais dois gols contra Orlando City e Dallas e um contra Charlotte, Philadelphia Union e Nashville. O troféu veio em dramática decisão por pênaltis, como na Copa do Mundo, no dia 19 de agosto. Um dia antes do fim do período de avaliação para o The Best.

Os concorrentes

Erling Haaland é o grande favorito para levar o The Best. A presença de Messi entre os finalistas, nesse sentido, significaria quase que uma passagem de bastão do argentino para seus herdeiros.

Haaland foi uma verdadeira máquina no período analisado. Fez quatro gols em três jogos até a virada do ano, e depois mais 30 no restante da temporada 22/23, com direito a dois hat-tricks e uma partida de cinco gols em plena Champions League, na goleada dos Citizens contra o Leipzig, da Alemanha, por 7 a 0. Haaland deu seis assistências ao longo desse tempo.

Haaland foi campeão da Liga dos Campeões, do Campeonato Inglês, da Copa da Inglaterra e da Supercopa da Europa. A sequência dos sonhos para qualquer jogador de futebol.

Mbappé, que também aparece entre os finalistas, foi parceiro de Messi no início de 2023. Anotou 27 tentos no período e, assim como Haaland, teve uma partida de cinco gols, contra o modesto Pays de Cassel, pela Copa da França. Mbappé contribuiu, ainda, com seis assistências.

Artilheiro do Campeonato Francês, Mbappé foi campeão nacional com Messi, e eleito o melhor jogador do campeonato. Mas tampouco conseguiu sucesso em outras competições.

Outros nomes 

A presença de Messi entre os finalistas deixa de lado jogadores com conquistas coletivas mais relevantes e desempenhos individuais fora de série em contextos competitivos mais elevados. Kevin De Bruyne, lesionado no início da nova temporada da Europa, conquistou tudo que Haaland conquistou, exceto a Supercopa da Europa, e talvez com protagonismo similar, sendo garçom em 14 assistências, além de anotar sete gols no período.

Rodri, que não pode ser analisado através apenas de forma quantitativa pelos números, foi outro jogador decisivo para Pep Guardiola nas conquistas do City. E segue jogando muito na nova temporada.

No Real Madrid, Vinícius Júnior, como os três finalistas do prêmio, também alcançou a marca de 30 participações em gols no período analisado, com 15 gols e 15 assistências. Foi campeão mundial de clubes, da Copa do Rei, semifinalista da Champions e vice-campeão de La Liga. Foi atrapalhado, como De Bruyne, por problemas físicos e teve menos protagonismo, talvez, que na temporada que faturou a Champions, com gol na final.

A Harry Kane faltaram títulos, mas não gols: foram 25 tentos entre Tottenham, Bayern e seleção inglesa, com quatro assistências, beirando as 30 participações em gol de Vinícius e dos finalistas.

No fim das contas, a escolha do melhor jogador do mundo, e também dos finalistas do prêmio, apesar de levar em conta os números e as conquistas, ainda tem um valor subjetivo enorme. O que não é de todo mal, já que nos pegamos tantas vezes reclamando da frieza dos números. Esquecemos, nesses momentos, que a subjetividade é a melhor amiga do debate.

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