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Lionel Messi conquista a Copa

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Celia Olivera Cuccitini, mais de três décadas atrás, ao ver faltando jogadores para um treino do time de meninos Abanderado Grandoli, ignorou que estava em campo garotos bem mais velhos do que o neto de quatro anos e pediu ao técnico Santiago Aparicio para que o colocasse para jogar.

A senhora, que levava o menino Lionel para o campinho acanhado localizado ao sul da cidade de Rosario, sabia do potencial do menino, o que ficou emocionado logo naquele dia, encantando o treinador, da mesma forma com que passou a encantar cada fã de futebol ao longo dos anos.

Talvez, dona Celia já sonhasse com um dia como este domingo, em que aquele menino já é mundialmente conhecido pelo sobrenome Messi. No dia em que ele se tornaria campeão da Copa do Mundo pela primeira vez na carreira.

Passaram-se cerca de 31 anos entre aquele jogo de crianças e a final de hoje, em que a Argentina venceu a França nos pênaltis, após empate em 3 a 3 em partida disputada no estádio Lusail e se ergueu pela terceira vez na história o título da competição depois das conquistas de 1978 e 1986.

Lionel Messi, capitão, craque e líder da Argentina| EFE

E a grande estrela ‘Albiceleste’ é o neto de dona Célia, que encerra a competição como vice-artilheiro, com sete gols marcados, um a menos que o francês Kylian Mbappé, que balançou a rede três vezes na decisão de hoje.

Aquele menino, que conto com o amor da avó para entrar em campo aos quatro anos, se tornou sozinho neste domingo, nada mais, nada menos, que o jogador que mais disputou partidas de Copas do Mundo, chegando a 26, uma a mais que o alemão Lothar Matthäus.

Messi ainda se tornou o maior artilheiro da seleção argentina na história da competição. Com os sete gols marcados apenas na edição do Qatar, chegou a 13 em um total de cinco Copas, superando Gabriel Batistuta (10). Mais do que isso, o argentino deixou Pelé, que fez 12, para trás, e ficou a três do alemão Miroslav Klose, artilheiro absoluto dos Mundiais, com 16.

Hoje, ao longo de 120 minutos de bola rolando, Messi marcou duas vezes, deu passes magistrais, obrigou o goleiro Hugo Lloris a fazer grandes defesas. Na cobrança de pênalti, carregou a responsabilidade de abrir uma série de cobradores argentinos. E correspondeu, balançando a rede.

Curiosamente, o dono de sete Bolas de Ouro de melhor jogador do mundo, além de vencedor de prêmios incontáveis ​​individuais, e ganhador de inúmeras conquistas por clubes – principalmente, pelo Barcelona e também pelo Paris Saint-Germain – alcançou hoje apenas o terceiro título com a seleção argentina.

Antes da Copa do Mundo, Messi havia sido o líder da ‘Albiceleste’ na Copa América de 2021, vencida sobre o Brasil em pleno Maracanã, e da Finalíssima, torneio em jogo único que reuniu os campeões sul-americano e europeu, disputado em junho deste ano.

Oito anos atrás, também no Maracanã, o craque viveu um momento de vitória com a seleção, com a derrota para a Alemanha por 1 a 0, na prorrogação, na final de uma edição em que foi eleito o melhor jogador, embora tenha passado longe do brilho habitual.

Segundo o próprio atacante, o título da Copa América veio, justamente, no capítulo final de sua história na competição, pois ele não se vê em campo em 2026, na edição que será sediada conjuntamente por Estados Unidos, Canadá e México.

Dona Célia, que morreu em 1998, quando Messi tinha apenas 11 anos, não viu o neto alcançar o feito que faltava em uma carreira vitoriosa e consagrada. O mundo agradece pela insistência para que o pequeno menino pudesse pisar no gramado e nunca mais deixar a bola longe dos pés.

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