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A euforia, e o choro, de Abel Ferreira, o maior técnico da história do Palmeiras. Dez títulos. E Leila insiste: o quer até 2027 – Prisma



São Paulo, Brasil


“Com os moleques é preciso ter paciência, colocar no momento certo.


“Foi o que fizemos com o Endrick…


“Eu lembro bem quando todos me criticaram porque não levei ao Mundial, a Disney… Sabem onde está o Endrick agora?


“No Real Madrid, está ajudando a Seleção a ganhar, está ajudando o Palmeiras a ser campeão.”


“Não é criticar, aqui matam os jogadores!


“Não é só do Palmeiras, é de forma geral. O jogador que consegue ser forte mentalmente no Brasil, joga fácil em qualquer campeonato do mundo. Aqui não criticam, aqui matam o jogador mentalmente.”


Abel Ferreira desabafou, depois da conquista do tricampeonato paulista, seu décimo título, igualando Oswaldo Brandão, como o técnico de mais conquistas na história do Palmeiras.


O treinador conseguiu o feito em apenas três anos e meio.


Brandão ficou nove anos e meio, entre idas e vindas, para conquistar dez campeonatos.


Abel tinha muito mais a comemorar do que os incríveis dez títulos.


Mas o fato de se tornar o treinador mais idolatrado pela torcida palmeirense.


Estava realmente emocionado com o painel que a principal organizada fez, com um desenho de caravela, com o treinador no comando.


O painel percorria as arquibancadas, puxado pelos torcedores, enquanto os demais seguravam faixas azuis, representando o mar.


A criatividade do mosaico foi impressionante.



Ele chorou.


“Não estou aqui para ser melhor do que ninguém ou que alguém que passou por aqui. Estou aqui para aprender com o futebol brasileiro, falar o que penso, mas, sem dúvida nenhuma, naquele momento me transbordou da palavra amor, que é isso que tenho que ser.”


“Sou mesmo um deles. Dizem que me amam e eu os amo.


“Muito obrigado, foi lindo o que fizeram, me comoveram muito, minha comissão, muito obrigado de coração.”


Emoção à parte, ele comemorou a forma com que o Palmeiras venceu o Santos por 2 a 0, revertendo, pela terceira vez consecutiva, desvantagens, em decisões do Paulista.


Já havia sido assim em 2022, diante do São Paulo e, em 2023, contra o Água Santa, quando seu time perdeu o primeiro jogo final. 


Feliz com a conquista ele assumiu que tirou Marcos Rocha e fez o Palmeiras jogar com três zagueiros, com Gustavo Gómez no time, por conta de Guilherme.


Acertou em cheio com a mudança.


“Não posso deixar de falar do Santos, equipe experiente, treinador competente. Eles sabiam o que vieram fazer aqui. O Guilherme nos deu muito trabalho. E minha opção tática veio por conta disso.”



Ele colocou também o atacante Lázaro na equipe, tirando o zagueiro Luan.


“Nosso elenco dá a possibilidade de jogar de várias maneiras. E é o que fazemos.”


Em meio à alegria, à empolgação com mais um título, Abel Ferreira foi obrigado a responder várias vezes sobre o seu futuro.


Ele tem contrato até o final de 2025.


Mas Leila Pereira segue firme com a esperança que ele fique até 2027, quando deverá acabar o seu segundo mandato, já que é mais do que favorita para vencer a eleição do final do ano e se reeleger presidente.


“O Guardiola está há sete ou oito anos no City. E não perguntam para ele quanto tempo vai ficar. Eu quero estar onde for melhor para a minha família. Não sei que o Brasil fez para minhas filhas, que não querem sair daqui”, brincava, feliz.


Abel Ferreira é o melhor treinador da história do Palmeiras.


Sua passagem supera as conquistas da ‘Primeira Academia’, geração virtuosa, entre 1959 e 1969, conseguiu oito títulos. E a Segunda, entre 1972 e 1974, ganou quatro campeonatos.


O trabalho é espetacular…

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