A vice-primeira-ministra e ministra das Finanças do Canadá, Chrystia Freeland, anunciou nesta segunda-feira (16) após reconhecer “discordâncias” com o primeiro-ministro do país, Justin Trudeau.
Freeland publicou sua carta de renúncia nas redes sociais, admitindo que há diferenças com Trudeau “sobre o melhor caminho para fazer avançar” a situação econômica do país.
“Após muita reflexão, concluí que o único caminho honesto e viável é renunciar ao gabinete”, afirmou Freeland, citando o “grande desafio” enfrentado pelo Canadá com a política do novo governo americano, sob Donald Trump, de aplicar tarifas contra os países vizinhos .
“Nosso país enfrenta hoje um grande desafio. A nova administração americana está aplicando uma política de nacionalismo econômico econômico”, enfatizou.
A agora ex-ministra das Finanças anunciou que Trudeau lhe ofereceu outra carga no seu governo na sexta-feira e acrescentou que manterá o seu assento no Parlamento e procurará a reeleição nas próximas eleições.
Fontes governamentais pela imprensa canadense disseram que a renúncia de Freeland foi uma surpresa para Trudeau, que estava se preparando para reorganizar seu governo nos próximos dias.
Há meses, a imprensa do país vem noticiando que Trudeau quer recrutar Mark Carney, ex-governador-geral do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra, para assumir a pasta das Finanças.
Os planos de Trudeau de fazer de Carney um ministro do gabinete e a reforma governamental planejada ocorrem em um momento em que o governista Partido Liberal está 20 pontos atrás do Partido Conservador nas pesquisas de intenção de voto.
Os conservadores se reuniram com três movimentos de censura contra Trudeau – que não prosperaram – nas últimas semanas, em uma tentativa de forçar eleições antes de 20 de outubro de 2025, para quando estão marcados os próximos pleitos.
A saída de Freeland também ocorre no mesmo dia em que Trudeau deve divulgar sua declaração econômica de outono, preparada por Freeland, na qual o governo anunciará “reformas históricas” em suas políticas.