A vice-presidente da Argentina, Victoria Villarruel, que protagoniza uma disputa política com o presidente Javier Milei, alfinetou nesta quinta-feira (19) a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, ao comentar a recente prisão de um gendarme argentino na Venezuela.
“Eu nunca teria autorizado um gendarme a ir para a Venezuela. O que está acontecendo é uma consequência tristemente óbvia, mas como não pertence à área de segurança, não tenho uma opinião sobre as avaliações e as medidas que devem ser tomadas”, disse Villarruel no X, em resposta a um usuário que a questionou sobre o assunto.
Na semana passada, a ditadura da Venezuela prendeu o gendarme argentino Nahuel Agustín Gallo, que o regime chavista acusou de ter ido ao país para “cumprir uma missão”. Milei chamou Nicolás Maduro de “ditador criminoso” e disse que o governo argentino está tomando medidas para libertar o gendarme.
A Gendarmeria Nacional Argentina é uma força policial vinculada ao Ministério da Segurança. O governo argentino diz que Gallo partiu para a Venezuela para visitar uma namorada.
Milei e Villarruel, que, como vice-presidente, também preside o Senado, vivem uma disputa política. No mês passado, o mandatário disse que a vice faz parte da chamada “casta política” do país e não tem influência nas decisões do governo.
Na semana passada, houve novo confronto: Milei criticou Villarruel por ter convocado e presidido uma sessão do Senado para votar a expulsão do senador ex-peronista Edgardo Kueider (que acabou destituído).
Milei alegou que seu vice não poderia presidir a sessão porque deveria exercer a presidência, já que ele estava em viagem à Itália, e que a sessão em que a cassação foi votada seria “inválida”.
Villarruel alegou que a convocação foi acordada com a Casa Rosada, mas Milei rebateu, dizendo que “qualquer pessoa que siga a sua própria agenda e não siga a linha do partido [Liberdade Avança] será expulso”.
Kueider está preso desde o começo do mês no Paraguai, por ter entrado no país com uma grande quantia não declarada de dólares, pesos argentinos e guaranis (a moeda paraguaia).
Apesar de Milei ter dito que “se [Kueider] é corrupto, tem que ser cassado a patadas”, a imprensa argentina informou que seu grupo político resistia à cassação do senador, porque ele deveria ser substituído na casa por um peronista da ala kirchnerista, aumentando a bancada da esquerda radical no Senado.
Kueider votou a favor das propostas de Milei, como a Lei de Bases, e este mês foi expulso do Partido Justicialista devido à sua prisão.
Deixe o Seu Comentário