
A ONG americana Human Rights Watch denunciou que o regime do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, está usando as ações do governo dos Estados Unidos que pressionaram a cúpula chavista como “desculpa” para intensificar a repressão contra dissidentes.
Neste mês, o governo Donald Trump impôs um bloqueio “total” a navios petroleiros sancionados que chegam à Venezuela ou partem do país sul-americano. Antes disso, no final de agosto, havia sido iniciada uma operação militar contra embarques no Mar do Caribe, perto da Venezuela, e no Oceano Pacífico que diz estar ligada ao narcotráfico.
O republicano acusou Maduro de liderar o Cartel de Los Soles, prometeu ações por terra na Venezuela e disse que o ditador está com os “dias contados”.
Na declaração publicada pelo jornal americano The Washington Post na quinta-feira (25), Martina Rapido Ragozzino, pesquisadora da Human Rights Watch para os Andes do Norte, disse que o regime chavista “tem usado a pressão dos EUA como desculpa para mobilizar os militares, rotular críticos de ‘traidores’ e prender bolsas de dissidentes”.
“É uma política concebida para incutir medo entre os venezuelanos”, afirmou Marino Alvarado, coordenador da ONG Provea, em entrevista recente à emissora CNN. Ele alertou para a piora das condições prisionais, com superlotação e punições infligidas aos presos políticos.
A Provea disse que outubro foi o mês com maior repressão na Venezuela desde que a mais recente disputa diplomática entre Caracas e Washington teve início, com 54 prisões por motivos políticos, sendo a maioria dos detidos ligados ao partido Vente Venezuela, da líder oposicionista María Corina Machado.
O Comitê de Mães em Defesa da Verdade anunciou que pelo menos 99 presos políticos, que tiveram sido detidos na repressão após as eleições fraudulentas de 2024, foram libertados na Venezuela nesta semana, o que foi confirmado por autoridades chavistas.
Trata-se, porém, de uma parcela pequena do total de presos por motivos políticos no país: um balanço da ONG Foro Penal apontou que até o último dia 15 havia 902 detidos por essa razão na Venezuela.











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