A Venezuela convocou para consultas o embaixador da Espanha em Caracas, Ramón Santos, em resposta ao que o regime de Nicolás Maduro considerou “declarações insolentes e grosseiras” da ministra da Defesa do país europeu, Margarita Robles, que classificou a Venezuela como uma ditadura.
Ela havia criticado a perseguição e a limitação dos direitos fundamentais que os opositores políticos do chavista sofrem após as eleições, denunciadas por fraude no país sul-americano.
O embaixador, conforme disse na plataforma de mensagens Telegram o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, aliado de Maduro, deve comparecer à sede dessa pasta nesta sexta-feira (13) a pedido do regime, que considera que as declarações de Robles “apontam para uma transição nas relações entre os dois países”.
Os funcionários do ditador Maduro, segundo Gil, também convocaram a sua embaixadora em Madri, Gladys Gutiérrez, para consultas, mas ele não explicou quando ela terá que comparecer.
Após a chegada do ex-candidato presidencial pela maior coalizão de oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, à Espanha – onde ele pediu asilo sob a alegação de que está sofrendo perseguição política e judicial na Venezuela -, Robles afirmou que o que o regime do país sul-americano está fazendo com “muitos” opositores é “inaceitável”.
Na quarta-feira, o Parlamento venezuelano, controlado pelo chavismo, propôs uma resolução que pode levar Maduro a romper “todas as relações diplomáticas, consulares, económicas e comerciais” com a Espanha, cujo Congresso – apesar do voto contrário do Partido Socialista (PSOE) ), do presidente do governo, Pedro Sánchez – selecionados em especial González Urrutia como presidente eleito da Venezuela.
O líder opositor, que chegou a Madri no último domingo, pediu asilo por causa da perseguição que disse ter sofrido após a eleição presidencial de 28 de julho, cuja vitória oficial foi de Maduro, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O resultado foi validado pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), mas é alvo de denúncias de fraude.
A oposição alega que González Urrutia foi o verdadeiro vencedor, com base em mais de 80% das atas de votação que a coalizão pela qual ele disputou ou pleito conseguiu em eleitorais.
A ditadura chavista, por sua vez, disse que essas atas, que foram publicadas posteriormente em um site pela oposição, são “falsas”.
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