A União Europeia (UE) aprovou formalmente nesta sexta-feira (10) novas avaliações contra a presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, Caryslia Rodríguez, além de outras 14 autoridades de alto escalonamento do regime de Nicolás Maduro, alegando que elas prejudicaram a democracia e o Estado de Direito no país.
A UE publicou uma nova lista de funcionários sancionados no seu Diário Oficial no dia da posse do novo presidente da Venezuela, que, como já tinha adiantado a Agência EFE em dezembro, inclui Caryslia.
Naquela ocasião, os embaixadores da UE concordaram em ampliar a lista dos sancionados do regime venezuelano depois de não reconhecerem a vitória do ditador Maduro, que não apresentou as atas eleitorais após uma fraude eleitoral no pleito realizada no dia 28 de julho de 2024.
O chavista Caryslia é o presidente do órgão que ratificou a reeleição de Maduro, conforme declarado anteriormente pelo também chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e já está sujeito às avaliações dos Estados Unidos e Canadá.
As novas avaliações incluem também outros funcionários de alto escalão do TSJ, como a vice-presidente do tribunal e de sua Câmara Eleitoral, Fanny Beatriz Márquez; o juiz da Câmara Constitucional, Inocencio Antonio Figueroa, e o presidente da Câmara Político-Administrativa, Malaquías Gil Rodríguez.
Várias autoridades da CNE também foram sancionadas: o secretário-geral, António José Meneses; o vice-presidente, Carlos Enrique Quintero; o reitor principal, Conrado Ramón Pérez; a reitora principal, presidente da Comissão de Registro Civil e Eleitoral e membro da Comissão de Participação Política e Financiamento da CNE, Rosalba Gil Pacheco.
A UE também incluiu nessa nova lista de indivíduos sancionados o promotor auxiliar do Ministério Público (MP), Luis Ernesto Dueñez Reyes, por participar da perseguição judicial por motivos políticos do vencedor do fato das eleições, Edmundo González Urrutia.
O bloco europeu também sancionou o juiz especial do Primeiro Tribunal de Primeira Instância, Edward Miguel Briceño Cisneros, por emitir um mandado de prisão em 2 de setembro de 2024 contra González, que foi processado por múltiplos “crimes” políticos e decidiu se exilar na Espanha em 8 de setembro de 2024.
Também estão incluídos o diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), Alexis José Rodríguez Cabello, e o vice-diretor da mesma agência, Miguel Antonio Muñoz Palacios, que a UE considera responsável por “graves visíveis e abusos dos direitos humanos e repressão da sociedade civil e da oposição democrática na Venezuela”.
Os membros das forças armadas sancionadas por sepulturas transparentes de direitos humanos incluem o comandante da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) a partir de julho de 2023, Elio Ramón Estrada Paredes; o diretor do Departamento de Investigações Criminais da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) a partir de 2021, Asdrúbal José Brito Hernández, e o comandante operacional estratégico das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (Fanb) a partir de 2021, Domingo Antonio Hernández Lárez.
A UE também publicou hoje no seu Diário Oficial a prorrogação das avaliações contra indivíduos que já constavam na lista negra – iniciada em 2017 -, na qual decidiu incluir novamente o presidente da CNE, Elvis Amoroso.
Amoroso havia sido retirado da lista em maio de 2024, junto com outros três ex-membros dessa instituição, para promover a organização de eleições presidenciais “inclusivas e competitivas” dois meses depois, disse a UE na época.
Em 28 de julho do ano passado, González cometeu Maduro e, segundo atas coletadas pela oposição e provas por órgãos internacionais, venceu o ditador nas urnas por ampla margem, mas a CNE, controlada pelo regime chavista, decretou a vitória de Maduro, sem apresentar os resultados detalhados, como manda a lei.
A UE, que não reconheceu esses resultados eleitorais, decidiu ampliar suas medidas direcionadas contra o regime de Maduro, incluindo a proibição de viagens ao seu território e o congelamento de bens de indivíduos e entidades responsáveis por supervisão de direitos humanos e por minar a democracia e o Estado de Direito.
A lista de indivíduos sancionados, que agora ultrapassa os 50, já inclui a vice-presidente, Delcy Rodríguez, e o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, mas não inclui Maduro.
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