O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou em entrevista à revista Tempo Nesta quinta-feira (12) que, em suas primeiras horas no cargo, os planejadores concederam perdões aos manifestantes “não violentos” que em 6 de janeiro de 2021 invadiram o Capitólio, sede do poder legislativo americano.
“Vamos fazer isso muito rapidamente, e vai começar na primeira hora em que eu entrar no cargo”, declarou Trump, destacando que os perdões seriam destinados somente àqueles que ele considera “não violentos”.
“A vasta maioria não deveria estar presa e sofreu gravemente”, disse o republicano.
Além do plano de perdões, Trump reafirmou que pretende iniciar imediatamente as deportações de imigrantes ilegais e usar todos os recursos legais disponíveis para conter o que descreveu como uma “invasão” nos Estados Unidos. Segundo ele, até mesmo as forças armadas poderiam ser acionadas para esse fim.
“A lei não impede o uso do exército se for uma invasão do nosso país, e eu considero isso uma invasão”, afirmou.
Na área de política internacional, Trump criticou o uso de mísseis fabricados pelos EUA pela Ucrânia contra alvos em território russo, classificando a ação como uma escalada ocasional do conflito. Ele sugeriu que progressos nas negociações para encerrar a guerra poderiam ocorrer após sua posse.
“Imagino que as pessoas estejam esperando até que eu entre para que algo aconteça. Acho que seria muito inteligente fazer isso”, disse ele.
Sobre o Oriente Médio, Trump afirmou que a região seria uma questão “mais fácil de resolver” do conflito entre Rússia e Ucrânia, mas não forneceu detalhes sobre seus planos. “O Oriente Médio vai ser resolvido. É mais complicado que Rússia-Ucrânia, mas, acho que é mais fácil de resolver”, declarou.
O republicano foi anunciado pela Tempo como a personalidade do ano nesta quinta-feira. O editor-chefe da publicação, Sam Jacobs, disse que “para o bem ou para o mal, Trump foi a pessoa que teve maior influência nas notícias em 2024”.
“Trata-se de alguém que teve um retorno histórico, que remodelou a presidência americana e está reorganizando a política dos EUA. É difícil contestar o fato de que uma pessoa que está prestes a ocupar o Salão Oval é a mais influente no noticiário”, afirmou Jacobs.
“É uma honra (…) Quero agradecer à revista Time. Já estive muitas vezes na capa. Não sei quem tem o registro. Mas provavelmente só consigo falar bem de 25% das capas. Esses 25% são ótimos. As outras, simplesmente prefiro não vê-las, mas foi uma honra”, disse Trump em um discurso na Bolsa de Valores de Nova York nesta quinta, onde foi aplaudido de pé. O republicano já ocupou a capa da publicação em 2016, quando foi eleito presidente dos EUA pela primeira vez.