O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, apoiou um relatório do Comitê de Supervisão da Administração da Câmara, que indicou que a ex-deputada republicana Liz Cheney deveria ser investigada pela sua participação em um colegiado da casa que apurou uma invasão ao Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021.
“Liz Cheney pode estar em apuros com base nas evidências obtidas pelo subcomitê, que afirma que 'várias leis federais provavelmente foram quebradas por Liz Cheney, essas visíveis devem ser investigadas pelo FBI'”, escreveu Trump nesta quarta-feira (18) na sua rede social, Verdade Social.
O republicano fez referência a um relatório do Comitê de Supervisão divulgado na véspera pelo deputado republicano Barry Loudermilk.
Segundo a CNN, o documento revelou que Cheney teria “conspirado” com a ex-assessora da Casa Branca Cassidy Hutchinson, que foi enviada para o comitê de investigação em 6 de janeiro.
“Com base nas evidências obtidas por este subcomitê, várias leis federais provavelmente foram quebradas por Liz Cheney, ex-vice-presidente do Comitê Seleto do 6 de janeiro, essas descobertas devem ser investigadas pelo FBI”, apontou o relatório.
Numa postagem na rede social Bluesky, Cheney disse que as alegações do relatório divulgado por Loudermilk “não refletem uma análise das evidências reais e são um ataque malicioso e covarde à verdade”. “Nenhum advogado, parlamentar ou juiz respeitável levaria isso a sério”, acrescentou.
Cheney é filha de Dick Cheney, vice-presidente dos Estados Unidos na gestão de George W. Bush (2001-2009).
Além de ter feito parte do comitê de 6 de janeiro, Liz Cheney esteve entre os poucos deputados do Partido Republicano que apoiaram um pedido de impeachment de Trump em 2021, após o ataque dos apoiadores do então presidente ao Capitólio. O pedido foi aprovado na Câmara dos Estados Unidos, mas rejeitado no Senado por não atingir dois terços dos votos.
Em 2023, Cheney deixou de ser deputado pelo Wyoming, após ter perdido as prévias locais do partido em 2022. Na campanha presidencial deste ano, manifestou apoio à democrata Kamala Harris.
O presidente eleito já disse que Cheney deveria ser presa e num evento da campanha presidencial deste ano no Arizona disse que a ex-deputada é um “falcão de guerra radical” – a expressão em inglês “war hawk” designa apoiadores e instigadores de guerras.
“Vamos colocar-la com um rifle ali, com nove canos atirando nela, ok? Vamos ver como ela se sente sobre isso, você sabe, quando as armas forem apontadas para seu rosto”, disse Trump.
O Ministério Público do Arizona abriu uma investigação para apurar se a declaração do republicano representou uma ameaça de morte.
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