A terceira parte da franquia foi a primeira da série a estrear em primeiro lugar nas bilheterias americanas. Filme estreia nos cinemas nesta quinta-feira (31), quando se comemora o Halloween. Depois do sucesso surpreendente de “Terrifier 2” nas bilheterias em 2022, não demorou muito para que uma nova sequência saísse do papel, para a alegria dos fãs do terror. “Terrifier 3” chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (31), bem na data em que é comemorado o Halloween pelo mundo, e deve deixar os mais sensíveis e bem chocados. O novo capítulo da série estrelada pelo palhaço assassino Art teve um orçamento um pouco maior, mas mantém o estilo sangrento e impactante dos filmes anteriores. Para o bem e para o mal. Como acontece na franquia “Velozes e Furiosos”, cuja cada nova precisa continuação superar os absurdos mostrados no capítulo anterior, “Terrifier 3” busca ir além do que apareceu na segunda parte. Assim, temos mais cenas fortes de assassinatos, desmembramentos, torturas e outras coisas bem perturbadoras que vão testar a resistência e o frio do sangue do espectador. Mesmo assim, curiosamente, o filme é, até o presente momento, o melhor da série. Assista ao trailer do filme “Terrifier 3” Desta vez, a trama se passa cinco anos depois dos eventos de “Terrifier 2”, quando Sienna Shaw (Lauren LaVera) e seu irmão Jonathan (Elliott Fullam) conseguem a derrota o maléfico e o sádico palhaço Art (David Howard Thorton). Mesmo tanto tempo depois, os dois ainda tentam superar os traumas causados pela terrível experiência do passado. Enquanto Jonathan prefere ficar na faculdade e se recusa a tocar no assunto, Sienna decide passar o Natal na casa de sua tia Jessica (Margaret Anne Florence), seu tio Greg (Bryce Johnson) e sua prima Gabbie (Antonella Rose). Porém, o que Sienna não sabe, é que Art voltou a atacar no (fictício) condado de Miles, desta vez aproveitando as festas de final de ano. Vestido de Papai Noel, o terrível palhaço recomeça o seu passatempo favorito, que é matar pessoas da maneira mais sádica possível. Acompanhado de Victoria Hayes (Samantha Scaffidi), sobrevivente do primeiro filme que acabou enlouquecendo, Art também quer se vingar de Sienna e vai fazer de tudo para ter um acerto de contas definitivo. O Mau Velhinho sempre vem O que chama a atenção em “Terrifier 3” é o salto de qualidade, cinematograficamente falando, que o filme tem em relação aos longas anteriores. A longa teria custado US$ 2 milhões (bem mais do que os cerca de US$ 250 mil da segunda parte) e rendeu em sua semana de estreia nos EUA US$ 18,3 milhões. Com esse resultado, o filme atingiu o topo das bilheterias e desbancou o badalado “Coringa: Delírio a dois”. Art, o Palhaço (David Howard Thornton) retorna para fazer mais vítimas em 'Terrifier 3' Divulgação A produção utiliza bem o pouco dinheiro empregado com bons efeitos práticos para tornar convincentes as cenas dos ataques do vilão sobre suas vítimas. Especialmente uma que se passa em um banho, em uma versão mais angustiante e explícita da sequência clássica de “Psicose”, de Alfred Hitchcock, que pode deixar muita gente incomodada. O diretor e roteirista Damien Leone também mostra evolução em seu trabalho, ao conduzir bem como cenas de terror e suspense, algumas inspiradas em clássicos como “O Iluminado”, por exemplo. O cineasta, que diz ter recusado propostas de grandes estúdios para produzir a sequência para evitar “suavizações”, mantém a visão que tem sobre seu projeto e não demonstra ter limites para assustar e chocar o público. A não ser quando se trata de crianças, quando “pisa no freio” (mas não muito). Afinal, esse é um filme (de terror) natalino. O curioso é que, mesmo com tantas coisas realmente repulsivas que acontecem na telona, o diretor consegue extrair um humor inusitado em alguns momentos, o que torna a experiência de “Terrifier 3” menos estressante. Assim, não chega a ser tão surpreendente o fato de que o espectador se pega rindo em sequências exageradamente violentas. Bem mais do que no filme anterior, por exemplo. Sienna (Lauren LaVera) tem que enfrentar um novo pesadelo em ‘Terrifier 3’ Divulgação Em parte porque o ator David Howard Thornton também eleva o nível de sua performance como Art. O artista se vale de mímicas e muita expressão corporal para tornar o personagem mais cômico e divertido, como em uma cena em que finge ser um fã de Papai Noel ao ver um homem vestido como o Bom Velhinho. Ao mesmo tempo, Thornton reforça o lado macabro do palhaço com muita selvageria nos momentos em que ataca violentamente suas vítimas, sempre com o seu sorriso desconcertante e um olhar sinistro. Não é à toa que Art conquistou os fãs do terror slasher e se tornou um novo ídolo do gênero. Assim como na parte dois da franquia, o elenco (que curiosamente tem a adição de Jason Patric, de “Os Garotos Perdidos” e “Velocidade Máxima 2”, em um pequeno, porém importante papel) não tem grandes destaques, a não ser Thornton e Lauren LaVera. Como a mocinha Sienna Shaw, a atriz volta a entregar uma boa atuação, agora com sua personagem um pouco mais problemática. Ela consegue passar bem os conflitos do protagonista por não conseguir esquecer os fantasmas que ainda a assombram por causa do palhaço psicopata. Ela confirmou neste filme que é uma boa final girl (a heroína que geralmente sobrevive ou que enfrenta o vilão no fim de um terror), algo que precisa funcionar bem para que o filme se diferencie de tantos outros que saem nos cinemas e streamings todos os anos. Art, o Palhaço (David Howard Thornton) usa novas formas de atacar suas vítimas em 'Terrifier 3' Divulgação Sangue demais, história de menos apesar de ser o melhor da série e mostrar uma evolução em quase todos os elementos cinematográficos, “Terrifier 3” comte dois dos mesmos pecados dos seus antecessores que são a sua montagem e, principalmente, o roteiro. Embora Damien Leone tenha boas ideias para criar uma mitologia ao redor de sua criação mais famosa, ele não consegue elaborar bem o que quer passar para a telona. Assim, o texto vem cheio de elementos mal explicados e que não fazem muito sentido, o que torna sua história confusa e até desinteressante. Ele até faz uma crítica sobre o fascínio que as pessoas têm com programas e podcasts sobre “true crime”, mas a realização de forma bem superficial. O filme acaba com muitas perguntas e poucas respostas para que haja uma melhor compreensão sobre as origens de Art e Sienna e por que ela pode ser a única a detê-lo. É claro que quem vê o filme só para assistir as cenas pesadas, não vai se incomodar muito com isso, mas dá a sensação que dava para Leone caprichar um pouco mais no roteiro para a experiência ser melhor. Tanto que, por não ter tanto para contar, o filme também demora mais do que deveria para terminar. Com uma edição mais caprichada, o longo ficaria mais ágil e menos arrastado, especialmente no seu terço final, já que os 125 minutos de duração se mostram espetaculares. Mas, pelo menos, “Terrifier 3” é um pouco mais curto e menos cansativo do que a segunda parte. Com o grande sucesso, “Terrifier 3” consolidou de vez a franquia do palhaço assassino e deve render mais produções regadas a muito sangue e membros destruídos por Art, da forma mais brutal possível. Só fica a torcida que, no meio da carnificina toda, os ingredientes para uma boa história de terror conseguirão sobreviver nos próximos capítulos. Cartela comentário crítica g1 g1
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