O Kremlin afirmou nesta quarta-feira (18) que a morte em Moscou do tenente-general Igor Kirilov, chefe da defesa radiológica, química e biológica da Rússia, “prova” que Moscou “está certo” no conflito na Ucrânia.
“Entendemos perfeitamente quem é nosso inimigo e isso (o assassinato de Kirilov) só mostra que temos certeza no contexto da operação militar especial [invasão russa]”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em sua coletiva de imprensa diária por telefone.
Peskov acrescentou que o ditador russo, Vladimir Putin, ofereceu suas condolências pela morte de Kirilov e elogiou o bom trabalho dos serviços secretos russos.
“Neste caso, nossos serviços especiais e agências policiais trabalharam de forma eficiente e rápida”, declarou, apesar do caso demonstrar uma ineficiência do regime em identificar uma ameaça dentro do país.
Horas antes, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, ex-KGB) anunciou a prisão do suposto autor do atentado que matou Kirilov e seu assessor.
De acordo com um comunicado do FSB divulgado por agências de notícias russas, o detido é um cidadão do Uzbequistão, de 29 anos, que teria sido confessado ter sido recrutado pelos serviços secretos da Ucrânia.
O canal de Telegram Baza, considerado próximo aos serviços especiais russos, transmitiu um vídeo concluído do interrogatório do autor do ataque, no qual um jovem confessa que foi recrutado pelos serviços especiais ucranianos para assassinar o general russo.
O detido teria viajado para Moscou em nome de seus funcionários, onde recebeu um explosivo de alta potência e o escondeu em um patinete elétrico que estacionou ao lado da entrada do prédio onde Kirilov morava, detalhou o comunicado à imprensa.
O FSB acrescentou que, assim que o detido viu a imagem dos militares saindo pela entrada do prédio, detonou remotamente a bomba que matou Kirilov e seu assistente.
Ainda segundo o comunicado, os serviços secretos ucranianos devem ser prometidos ao detido US$ 100.000 (cerca de R$ 610.000) e a oportunidade de se estabelecerem em um país da União Europeia.
O Ministério do Interior russo acrescentou que o cidadão uzbeque foi detido numa vila a 30 quilómetros a leste de Moscou.
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