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Rússia retira navios e aviões de bases na Síria

Rússia retira navios e aviões de bases na Síria

Imagens de satélite divulgadas pela imprensa internacional nesta semana mostraram que a Rússia iniciou a retirada de navios e aeronaves de suas bases militares que ficaram localizadas na Síria. No entanto, segundo o jornal britânico O TeógrafoApesar do movimento, o regime de Vladimir Putin ainda mantém negociações com os rebeldes que derrubaram seu aliado e ditador Bashar al-Assad para garantir sua permanência no país.

Ao Telégrafofontes próximas ao Kremlin afirmaram que Moscou busca preservar o controle de instalações estratégicas, como as bases de Tartus e Khmeimim, essenciais para seu poder militar e influência no Oriente Médio.

“Atualmente, as negociações sobre a Síria estão em andamento entre Rússia, Turquia, Irã e outros. A questão das bases militares russas está em aberto”, afirmou Anastasia Kashevarova, uma propagandista do regime de Putin, em seu canal no Telegram, citou o Telégrafo.

A retirada dos navios russos começou logo após a Organização para a Libertação do Levante, ou Hayat Tahrir al-Sham (HTS), assumir o controle de Damasco, ação que ocorreu no último final de semana. Imagens divulgadas pelos satélites da empresa Maxar Technologies mostraram cinco embarcações russas, incluindo três fragatas e um submarino, saindo do porto de Tartus, deslocando-se até uma região que fica fora do alcance de prováveis ​​ataques que os rebeldes possam realizar.

A base naval de Tartus, construída em 1971 ainda sob supervisão da antiga União Soviética, é a única instalação marítima da Rússia no Mediterrâneo, e serve como centro de reparos e reabastecimento de sua frota. Em 2015, Putin ampliou a presença militar no local durante a sua intervenção na guerra civil na Síria. Analistas apontam que a perda de Tartus seria um duro golpe para os planos do Kremlin de projeção de poder no Oriente Médio e no norte da África.

Além disso, a base aérea de Khmeimim, localizada a cerca de 120 quilômetros de Tartus, foi crucial para as operações militares russas em apoio a Assad, incluindo bombardeios que devastaram posições rebeldes em 2015. Entretanto, fontes indicaram ao Telégrafo que Moscou também retirou aviões do local enquanto tenta negociar com o novo governo, liderando pelo HTS.

A queda de Assad representa uma reviravolta significativa para Putin, que havia investido fortemente em sua aliança com o regime sírio para garantir a influência geopolítica no Oriente Médio. Segundo Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e vice-chefe do Conselho de Segurança, a culpa pelo colapso da ditadura sanguinária de Assad foi das próprias forças que eram leais ao regime.

“Ó apoio [da Rússia] foi eficaz. [Mas] há poucas expectativas agora de que a unidade da Síria seja preservada”, disse ele.

Assad atualmente está refugiado em Moscou, local para onde fugiu após o avanço das forças rebeldes.

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