O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, chegou a Pyongyang nesta quarta-feira (8) para participar das comemorações dos 80 anos do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que governa o país sob o regime do ditador Kim Jong-un.
Ao desembarcar na capital norte-coreana, Medvedev publicou na rede social russa MAX uma mensagem com seu desafio.
“Cheguei para o 80º aniversário do Partido dos Trabalhadores da Coreia. O relógio está correndo. Amigos permanecem juntos. Inimigos estão tensos”, escreveu.
A visita ocorre em um momento de aproximação entre Moscou e Pyongyang, marcada pelo alinhamento político e militar entre os dois regimes. Segundo a agência estatal russa TASSMedvedev liderou uma delegação do partido Rússia Unida, do ditador Vladimir Putin, que foi convidado oficialmente pelo Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, liderado por Kim. A comitiva inclui o ministro dos Recursos Naturais da Rússia, Alexander Kozlov, e o governador da região de Kursk, uma das áreas russas mais atingidas por ataques na fronteira com a Ucrânia.
De acordo com a ReutersDurante o encontro, a Coreia do Norte e a Rússia divulgaram uma declaração conjunta na qual o regime de Kim Jong-un expressou “apoio total” às operações militares russas na Ucrânia. Moscou, por sua vez, agradeceu a Pyongyang pela ajuda enviada à região de Kursk, gesto que reforça uma cooperação crescente entre os dois países sob avaliações internacionais.
As comemorações pelo aniversário do Partido dos Trabalhadores contaram ainda com a presença do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e do secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, To Lam. Li, da China, foi recebido com honras militares no aeroporto de Pyongyang e destacou a “profunda amizade tradicional” entre a China e a Coreia do Norte, países que unem fronteiras e uma longa aliança socialista, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China.
Kim Jong-un, em discurso na véspera do evento, exaltou a história do partido fundado em 1945 por seu avô, o ditador Kim Il Sung, e pediu “renovada liderança ao socialismo”. O líder norte-coreano afirmou que a data marcou um momento para “reafirmar as obrigações revolucionárias” e prometeu preservar a “pureza e vitalidade ideológica” do partido. Ele também visitou o Museu da Fundação do Partido, que chamou de “santuário sagrado” da revolução.
Autoridades sul-coreanas disseram à agência Yonhap que há promessas de que Pyongyang poderá realizar um desfile militar para assinalar o aniversário, embora o regime norte-coreano não tenha confirmado oficialmente.
A presença simultânea de representantes da China, Rússia e Vietnã sinalizando um bloco de solidariedade entre regimes autoritários diante da pressão do Ocidente.
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