O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nesta terça-feira (19) que a Ucrânia realizou seu primeiro ataque com mísseis balísticos ATACMS, de fabricação americana, contra o país. A declaração foi feita no dia em que a guerra no leste europeu completou mil dias.
De acordo com o relatório de guerra divulgado pelas agências locais, cinco mísseis foram abatidos e um sexto atingiu as instalações de um recinto militar na região fronteiriça de Bryansk, sem causar danos e deixar feridos.
O ataque foi realizado às 3h25 da manhã, “segundos dados confirmados, com a utilização de mísseis táticos ATACMS de fabricação americana”. As baterias antiaéreas S-400 e Pantsir romperam cinco dos mísseis, detalhadamente o comunicado.
“Como resultado, foi deflagrado um incêndio que foi extinto operacionalmente. Não há mortos ou feridos”, afirmou uma nota militar publicada no Telegram. O governo ucraniano, de Volodymyr Zelensky, não se manifestou sobre o caso.
No domingo (17), os jornais americanos The Washington Post e The New York Times noticiaram que o presidente dos EUA, Joe Biden, havia autorização de Kiev para usar mísseis de longo alcance russo contra o território russo, ação que não era permitida desde o início do conflito.
Os meios de comunicação enfatizaram que a Casa Branca deu sinal verde a Kiev apenas para atacar alvos localizados na região de Kursk, parcialmente ocupados pelas forças ucranianas e para onde a Rússia destacou soldados norte-coreanos para reforçar suas tropas em seu esforço para expulsar os ucranianos .
A região russa de Bryansk, onde está localizada a infraestrutura atacada nesta terça-feira pela Ucrânia, fica ao norte de Kursk.
Em resposta, o ditador Vladimir Putin garantiu neste mesmo dia um novo decreto que muda a doutrina nuclear do país, ampliando as ações em que serão permitidas o uso de armas nucleares. A partir de agora, ataques convencionais que ameaçam a soberania da Federação Russa e da Bielorrússia poderão ser respondidos com aparelho nuclear.
“A agressão de qualquer Estado pertencente a uma coalizão militar (bloco, aliança) contra a Federação Russa e (ou) seus aliados é vista como uma agressão da coalizão como um todo”, diz o documento.