
O regime da Rússia disse neste domingo (2) que está “acompanhando de perto o que está acontecendo na Venezuela”, em meio ao aumento das taxas entre Caracas e Washington. A declaração, feita pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ocorre dias após a publicação de uma reportagem do jornal O Washington Postque revelou que o ditador venezuelano Nicolás Maduro teria pedido de apoio militar à Rússia e à China para enfrentar os EUA.
Peskov afirmou à agência estatal Tass que Moscou mantém “diversas obrigações contratuais” com o regime venezuelano e mantém diálogo permanente com Caracas.
“Estamos realmente em contato com nossos amigos na Venezuela. Claro, queremos que tudo permaneça pacífico e que não surjam novos conflitos na região. O mundo já está cheio de conflitos”, disse o porta-voz, segundo noticiou a agência turca Anadolu.
O comentário reflete a preocupação de Moscou com a instabilidade em curso perto de um país considerado aliado. Desde agosto, os Estados Unidos intensificaram as operações navais no Caribe, perto da Venezuela, sob a justificativa de combater o narcotráfico. Washington afirma ter realizado mais de uma dezena de ataques contra embarcações que deixaram águas venezuelanas, resultando em, até este momento, pelo menos 64 mortes. Caracas acusa os EUA de usarem “guerra às drogas” como pretexto para ações militares em seu território.
No fim de outubro, segundo a TassDuma Estatal Russa, Câmara Baixa do Parlamento, ratificou um tratado de parceria estratégica com a Venezuela. O vice-chanceler do regime de Vladimir Putin, Sergey Ryabkov, afirmou que o acordo tem “importância especial diante da pressão militar direta e sem precedentes dos Estados Unidos” sobre o regime de Maduro.
Apesar das revelações do Washington Post sobre o pedido de radares, aeronaves e mísseis, o Kremlin não confirmou o envio de tais armamentos para Caracas. Ainda assim, a declaração de Peskov reforça que uma crise entre o regime chavista e Washington passou a ser vista de perto por Moscou, que pode tentar agir para preservar sua influência na América Latina.











Deixe o Seu Comentário