Um ranking feito em 2019 pelo site de vigilância governamental GovTrack, que classificou Kamala Harris como a representante mais esquerdista do Senado naquela ocasião, foi retirado nos últimos dias.
A ação foi decidida pela própria organização, que primeiramente respondeu ao emissora Notícias da raposa. A Gazeta do Povo verifique se a página está fora do ar e não é mais possível acessar o documento.
O fundador da GovTrack, Joshua Tauberer, afirmou à rede americana que a iniciativa partiu da própria organização. Ele justificou a decisão dizendo que a página foi removida porque a empresa pensou uma nova política anos atrás para “encerrar suas classificações anuais de legisladores e fazer classificações apenas com base nas sessões do Congresso, que duram dois anos”.
“Determinamos que os dados limitados disponíveis em um único ano não eram suficientes para criar um retrato confiável da atividade dos legisladores. Por isso, retiramos as estatísticas de um único ano publicado anteriormente pelo mesmo motivo”, afirmou Tauberer.
No ano seguinte à publicação do relatório, em 2020, o Acompanhamento do Governo mudou sua linguagem de classificação de “mais liberal” para “mais politicamente de esquerda”.
O ranking ganhou novamente os holofotes na política americana, especialmente entre os republicanos, depois do anúncio de que Harris poderá ser escolhido como candidatura democrata no lugar de Joe Biden, que desistiu da campanha no domingo (21).
A campanha de Trump em 2020 utilizou o relatório do Acompanhamento do Governo para apontar Harris como um esquerdista, apesar de grandes jornais, como o New York Timesmencionarem a democrata como “moderada” naquela época.
Alguns críticos de Kamala veem a justificativa da organização de remover as análises feitas em 2019 como uma tentativa de esconder o histórico dele no período que atuou como senadora pela Califórnia.
Outro episódio que gerou críticas nas redes sociais, nesta semana, envolveu o portal Axios, que publicou uma matéria com tom de “checagem” sobre declarações de republicanos, que chama a vice-presidente dos EUA de “czar da fronteira”, criticando a atuação brigada do governo Biden nas fronteiras.
O site fez considerações contrárias ao termo usado pela oposição republicana, concluindo que elas são falsas.
“A campanha de Trump e os republicanos rotularam Harris repetidamente com o título de ‘czar da fronteira’ — o que ela nunca teve de fato”, insistiu o veículo, mencionando a afirmação do ex-secretário de Segurança Interna dos EUA Jeh Johnson à Notícias da raposa de que Harris “não era um czar da fronteira” e que, na verdade, ela estava incumbida de lidar com a “diplomacia com a América Central” sobre o assunto.
A “verificação de factos” da Axios, no entanto, parece contrariar as suas próprias matérias. Em vários artigos, o portal caracteriza Harris como “supervisor da crise migratória na fronteira sul” – em alguns casos, inclusive, até usou o termo “czar da fronteira” para se referir ao seu papel.
Nesse sentido, pode ser citado um artigo de abril de 2021 da cobertura de visitas de Harris ao México e à Guatemala para abordar a crise migratória. O próprio Axios escreveu que o vice-presidente foi “nomeado por Biden como czar da fronteira” na ocasião.
No início do mandato presidencial, Biden delegou a Harris a identificação das “causas primárias” que são consideradas para a crise na fronteira com o México.
Apesar da aplicação da lei na fronteira ser de responsabilidade do Secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, e seu departamento, o vice-presidente recebeu fortes críticas por não conseguir contribuir com o controle da crise.
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